O português Miguel Oliveira (KTM) assume que o triunfo no Grande Prémio de Portugal de MotoGP, o último da temporada 2020, o deixou com vontade de voltar a correr imediatamente, realçando que esse domínio é repetível e melhorável no regresso ao circuito algarvio.
“É possível [repetir] e é possível melhorar também. Não existe nenhuma regra que diga que não seja possível repetir ou melhorar um resultado. Portanto, mesmo que tenha sido ‘pole position’, volta rápida e vitória, há sempre qualquer coisa que se pode melhorar”, afirma o piloto natural de Almada, em entrevista à agência Lusa.
A edição de 2021 do principal campeonato do mundo de motociclismo de velocidade vai ser retomada no domingo, no Qatar, com a primeira de duas provas no circuito de Losail, antes de regressar a Portimão, palco, em 22 de novembro de 2020, da última prova da temporada passada.
“Voltou, voltou essa ansiedade, talvez uma semana a seguir à corrida, porque, depois daquilo que aconteceu no domingo de Portimão, a minha vontade era de fazer duas ou três corridas seguidas logo. Mas também toda aquela excitação de ter ganho o Grande Prémio também acabou por ir embora e o foco mudou para a preparação para esta época”, explica.
Miguel Oliveira vai alinhar na equipa principal da KTM, depois de duas épocas na Tech3, com os 17.º e nono lugares no Mundial, mas também com as duas primeiras vitórias na categoria rainha,a primeira no Grande Prémio da Estíria, na Áustria, em 23 de agosto, e, apesar de hesitar, a que provocou o maior sorriso escondido pelo capacete.
“Talvez Portimão. Portimão foi muito especial. A Áustria foi o quebrar de uma barreira gigantesca, uma vitória muito inesperada, com uma ultrapassagem de última curva. Portanto, a explosão de adrenalina e de felicidade foi completamente diferente da de Portimão, onde houve uma preparação e um resultado que já previa um bocadinho aquilo que ia ser a corrida. Mas, mesmo com toda essa incerteza, Portimão acabou por ser um Grande Prémio tecnicamente com uma prestação muito, muito acima daquela vitória da Áustria. Portanto, escondeu um grande sorriso”, recorda.
Depois de ter encerrado a época de 2020, face à recalendarização devido à pandemia de Covid-19, o Grande Prémio de Portugal vai ser a terceira prova do ano, marcada para 18 de abril, altura em que “ainda não há muito a perder”, permitindo um desempenho “sem pressão” e com o intuito de se “divertir nesta grande pista”, onde só faltou o público.
“Logicamente que sim. Eu acredito que, na última vitória, foi mesmo só isso que faltou para ser uma vitória épica, que era celebrá-la com público nas bancadas. Acredito que possa acontecer, mas, se não acontecer este ano, teremos de repetir o Grande Prémio para que isso aconteça”, vinca.
Aos 26 anos, Miguel Oliveira vai enfrentar a 11.ª temporada no Mundial de motociclismo de velocidade, a terceira temporada em MotoGP, depois de ter sido vice-campeão do mundo em Moto2, em 2018, e em Moto3, em 2015.
No ano de estreia, nas 125cc, em 2011, Miguel Oliveira tinha sido sétimo no Grande Prémio de Portugal, então disputado no circuito do Estoril, onde viria a abandonar, no ano seguinte, já em Moto3.
O GP do Qatar, o primeiro da época, é no domingo às 18h00.