O Parlamento do Sri Lanka elegeu esta quarta-feira o ex-primeiro-ministro Ranil Wickeremesinghe como o novo chefe de Estado do país. O até agora Presidente interino recolheu 134 votos de um total de 225 deputados.
O rival Dullas Alahapperuma, antigo ministro da Frente Popular do Sri Lanka (SLPP), o partido do poder que apoiava o ex-Presidente, Gotabaya Rajapaksa, contou apenas com 82, enquanto Anura Dissanayake - da coligação de esquerda NPP - obteve o apoio de apenas três parlamentares.
Wickremesinghe vai liderar o país até 2024, completando assim o mandato de Gotabaya Rajapaksa, à frente de um Governo que terá de relançar as conversações com o Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre um possível resgate financeiro.
Gotabaya Rajapaksa renunciou ao cargo por email na passada sexta-feira, depois de ter fugido para as Maldivas e, mais tarde, para Singapura. A renúncia e fuga aconteceram na sequência de um ataque de manifestantes à sua residência e a outros edifícios governamentais, exigindo que este se afastasse da vida política do país.
Também a residência e o gabinete de Wickeremesinghe foram alvo dos protestos, tendo-lhe sido exigida a renúncia do cargo de primeiro-ministro, que ocupava desde Maio. O agora Presidente do Sri Lanka não acedeu ao pedido, tendo na altura da fuga de Rajapaksa assumido automaticamente a posição de chefe de Estado interino.
Com um mandato até novembro de 2024, os esforços do novo Presidente vão concentrar-se, sobretudo, na recuperação económica do país — que entrou em default técnico e enfrenta uma grave escassez de alimentos e de gás — de forma a conseguir retomar as negociações, entretanto suspensas, com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para um plano de resgate.