Vaticano e Fátima. Recorde a consagração da Rússia e da Ucrânia a Maria
25-03-2022 - 15:23
 • Renascença

Papa Francisco vai consagrar os dois países ao Imaculado Coração de Maria, numa celebração de apelo à paz em tempo de guerra, que decorre em simultâneo na Praça de S. Pedro e na Capelinha das Aparições.

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O Papa Francisco consagra a Ucrânia e a Rússia ao Imaculado Coração de Maria, em duas cerimónias que decorrem em Fátima e no Vaticano, a partir das 16h00.

A consagração acontece um mês depois do início da invasão russa da Ucrânia, que já provocou milhares de vítimas, entre mortos e feridos, e milhões de refugiados, sem sinais de um acordo de cessar-fogo.

O Papa denunciou hoje a “guerra brutal” na Ucrânia, numa homilia que antecedeu o Ato de Consagração desse país e da Rússia ao Imaculado Coração de Maria, em ligação a Fátima.

No ato de consagração ao Imaculado Coração de Maria, o Papa Francisco vai lamentar que o mundo tenha perdido o “caminho da paz” e vai rezar para que a Humanidade seja preservada de uma “ameaça nuclear”.

"Esquecemos a lição das tragédias do século passado, o sacrifício de milhões de mortos nas guerras mundiais", refere o ato de consagração.

Pelas 16h00 (hora de Portugal continental), Francisco vai consagrar a Ucrânia e a Rússia na Basílica de São Pedro, durante a Celebração da Penitência.

A celebração, na Cova da Iria, vai decorrer na Capelinha das Aparições, à mesma hora.

O cardeal polaco Konrad Krajewski, que esteve junto da população ucraniana vítima da guerra, como enviado especial do Papa, fará o ato de consagração na Capelinha das Aparições.

O esmoler de Francisco diz levar a Fátima a imagem do povo martirizado da Ucrânia.

Konrad Krajewski destaca o “gesto celebrativo de Consagração” desta sexta-feira “para que todo o mundo se una” acentuando que todos os bispos do Mundo, precisamente no mesmo dia, no mesmo horário, farão esta consagração ao Imaculado Coração de Maria.

A 25 de março de 1984, o Papa São João Paulo II presidiu à consagração do mundo ao coração de Maria, no Vaticano, diante da imagem de Nossa Senhora de Fátima, venerada na Capelinha das Aparições, a mesma que, em 2000, colocou entre os bispos de todo o mundo, consagrando-lhe o terceiro milénio.

O testemunho dos videntes de Fátima regista que, na aparição de 13 de julho de 1917, Nossa Senhora lhes disse: “Para impedir a guerra virei pedir a consagração da Rússia ao meu Imaculado Coração e a Comunhão reparadora nos Primeiros Sábados”.

“Se atenderem a meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas. Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará”, registava Irmã Lúcia, falecida em 2005, nas suas ‘Memórias’.

Ainda nesta aparição teve lugar a visão do inferno e a revelação do sofrimento da Igreja e de um bispo vestido de branco, a trilogia que constitui o chamado Segredo de Fátima.

Em carta dirigida a Pio XII, a 2 de dezembro de 1940, a irmã Lúcia, a mais velha das videntes de Fátima, pedia que fosse atendido o pedido de Nossa Senhora, reafirmado em aparições posteriores na Galiza, para que fosse proclamada a devoção ao Imaculado Coração de Maria e a consagração do mundo, e em especial da Rússia.

Em resposta aos pedidos, este Papa consagrou o mundo e a Igreja ao Imaculado Coração de Maria, a 31 de outubro de 1942, e renovou a consagração da Rússia, a 7 de julho de 1952.

A 21 de novembro de 1964, São Paulo VI renovou a consagração da Rússia ao Imaculado Coração, na presença dos participantes no Concílio Vaticano II.

A 13 de outubro de 2013, o atual Papa consagrou o seu pontificado a Nossa Senhora de Fátima, no Vaticano, diante da imagem da Capelinha das Aparições, transportada excecionalmente para a Praça de São Pedro.

Francisco visitou Fátima a 12 e 13 de maio de 2017, no centenário das Aparições, tendo canonizado os pastorinhos Francisco e Jacinta Marto.