Os problemas estão resolvidos e está tudo pronto para o arranque de um novo curso de Comandos em Abril. Em declarações à Renascença, o ministro da Defesa garante que o novo guião foi além das recomendações: “é mais apertado e mais rigoroso”.
O objectivo é que não se repitam os factos dramáticos que resultaram na morte de dois candidatos no último curso. As alterações estão feitas e não é necessária vigilância especial. “Não vamos colocar câmaras em tudo o que é canto para verificar se o curso vai correr bem. Mais importante do que a vigilância, enquanto decorre o curso, é termos a noção serena, tranquila de que a formação doravante vai ser feita segundo um guião mais apertado, mais rigoroso”, sublinha Azeredo Lopes.
O chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), general Rovisco Duarte, autorizou a realização do 128.º curso de Comandos, que vai começar no início de Abril.
Nestas declarações, o ministro da Defesa garante, no entanto, que “a exigência e a dureza continuarão a ser marca na formação do curso de Comandos”, que terá o escrutínio normal.
Em Setembro de 2016, o 127º curso de Comandos ficou marcado pela morte de dois militares. O curso registou também o maior número de desistências dos últimos quatro, com 27 dos 67 formandos iniciais a decidirem abandonar a formação.
Cinco documentos enquadram o novo curso
O primeiro estabelece o certificado de controlo do curso. O segundo fixa a proposta e a fundamentação, definindo a duração, o regime de prestação de serviço, os pré-requisitos, os fundamentos para a exclusão e os requisitos para os formadores, nomeadamente técnico-científicos e pedagógicos.
O terceiro documento define o perfil profissional dos formandos e as funções que aqueles que concluam o curso com sucesso podem vir a assumir e o quarto documento especifica as necessidades de formação face aos perfis profissionais.
Por último, o Referencial aprovado pelo CEME fixa o "perfil da avaliação", que permitirá avaliar as expectativas e o desempenho de todos os intervenientes directos no processo de formação.
O relatório da Inspecção Técnica Extraordinária, concluída a 5 de Dezembro, tinha detectado dificuldades na actualização do Referencial do curso, atribuindo o atraso em parte à falta de militares com competências para o efeito.