A coordenadora bloquista, Catarina Martins, acusou esta quinta-feira o PS de estar a “assobiar para o lado” quanto ao aumento do preço da eletricidade, criticando “a ridícula direita” por querer fazer audições parlamentares só depois de a fatura já ter subido.
No comício da campanha para as eleições autárquicas de 26 de setembro, que decorreu esta noite em Torres Novas, no distrito de Santarém, Catarina Martins trouxe o tema dos preços da eletricidade, um dia depois de se ter sabido que esta fatura vai voltar a aumentar para as famílias em mercado regulado a partir de outubro.
“Agora, por exemplo, que no país se discute o aumento da energia num dos países em que a energia já é a mais cara da Europa quando se tem em conta o poder de compra, sabem que o Bloco de Esquerda é o único partido que afronta sempre o ‘lobby’ das elétricas, que já apresentou propostas concretas para acabar com o privilégio das elétricas e baixar a conta da luz no país”, defendeu.
Esta posição do BE contrasta, na opinião de Catarina Martins, com um PS que “assobia para o lado e não é sequer capaz de implementar em Portugal as medidas que o governo em Espanha, aqui ao lado, já está a implementar”.
“E bem, a ridícula direita decidiu que não sabe o que é que há de fazer e vai fazer umas audições lá para outubro, depois de o preço da luz já ter aumentado”, criticou.
No BE, de acordo com Catarina Martins, “quem está não vira a cara aos problemas, não se intimida pelos grandes do poder económico e não esquecerá nunca que o seu papel e a sua missão é defender este povo que trabalha”.
Há 10 dias, em conferência de imprensa na sede do partido em Lisboa, a líder bloquista tinha já desafiado o Governo a tomar medidas urgentes para travar a “bomba-relógio” do preço da eletricidade, propondo alterar a remuneração das barragens para eliminar “lucros abusivos” e acabar com o “jackpot das eólicas” criado por Passos Coelho.
Na quinta-feira ao final da tarde, soube-se que o preço da eletricidade vai voltar a aumentar, a partir de 1 de outubro, com a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) a determinar uma subida de 1,05 euros por mês para a maioria dos consumidores em mercado regulado.