O ex-líder parlamentar do PSD Hugo Soares assumiu esta sexta-feira a sua divergência com a sua bancada nos motivos da votação contra a reposição integral do tempo de serviço dos professores, assumindo que é contra o princípio.
À Lusa, depois da votação, na Assembleia da República, o deputado Hugo Soares afirmou que a sua declaração de voto terá "uma linha", em que quer deixar claro que não votou "contra pelas razões invocadas pelo PSD", mas sim porque é "contra a solução de princípio".
Na quinta-feira, numa reunião da bancada do PSD, segundo relatos feitos à Renascença, Hugo Soares contestou, na reunião da bancada, a posição atual do partido, lembrando que a anterior direção assumiu que o tempo congelado não iria ser contado, por razões de justiça, de equidade e de sustentabilidade.
Hugo Soares lamentou ainda que Negrão tenha parecido estar "ausente" deste processo e considerou que a gestão do diploma dos professores foi uma "borla" a António Costa, defendendo que o PSD nunca devia ter defendido a reposição do tempo de serviço congelado.
PSD, PS, CDS-PP chumbaram esta sexta-feira, em votação final global, o texto proveniente da Comissão Parlamentar de Educação para a reposição integral do tempo de serviço dos professores, que teve o apoio do Bloco, PCP e PEV.
Com o resultado desta votação, em que o PAN optou pela abstenção, fica em vigor o decreto do Governo que recupera apenas dois anos, quatro meses e 18 dias do tempo de serviço (referente ao período entre 2011 e 2017) em que a carreira docente foi alvo de congelamento.