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A referência a associações alegadamente pró-russas já não consta do link "SOS Ucrânia", do site oficial do alto Comissariado para as Migrações (ACM), uma semana depois da denúncia feita na Renascença. Essas referências permanecem, contudo, numa outra ligação e as associações em causa são designadas como ucranianas.
Há pouco mais de uma semana, a embaixadora da Ucrânia denunciava, em declarações à Renascença, que algumas das associações sugeridas para o acolhimento de refugiados no site "SOS Ucrânia", do Alto Comissariado para as migrações, seriam, na prática, associações pró-russas. Inna Ohnivets alertava para os riscos que isso poderia representar.
Essas associações foram, entretanto, retiradas. A questão é que desapareceram não só as organizações consideradas pró-Russia, mas também aquelas que, indiscutivelmente, representam a comunidade ucraniana. Desapareceram todas, como avança, agora, à Renascença, Pavlo Sadokha, o presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal.
"Passados alguns dias da noticia feita pela Rádio Renascença, essa informação, na página SOS Ucrânia, do Alto Comissariado das Migrações, foi retirada. Mas foram retiradas não só as referencias às associações que dizemos serem russas, como foi também retirada toda a informação sobre as associações ucranianas", explica.
Associações supostamente pró-russas designadas como Ucranianas num outro link
Desapareceram as referências no link "SOS Ucrânia", fossem associações pró-russas, ou não, mas a Renascença verificou que podem ser, ainda, consultadas num outro local, no site do Alto Comissariado para as Migrações, onde permanece a lista das associações de imigrantes atualmente reconhecidas pelo ACM.
Algumas das associações são apresentadas expressamente como ucranianas, mas nem todas o serão. Algumas têm, supostamente, ligações à embaixada da Rússia, alerta Pavlo Sadokha, o presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal:
"Exatamente, por exemplo a Associação Mir. Toda a comunidade ucraniana sabe que é contra a Ucrânia, sempre falou mal da Ucrânia e do seu governo. É, portanto, uma associação com ligação direta à embaixada da Rússia. Também nesta lista, por exemplo, aparece a organização Edinstvo, cujo representante é coordenador da comunidade russa em Portugal."
Ou seja, como diz Pavlo Sadokha, essas organizações são apresentadas como se fossem ucranianas "e não são".
Esta é uma denuncia também feita à Renascença pela embaixadora da Ucrânia em Portugal. Uma preocupação que já foi transmitida à alta comissária para as Migrações, Sónia Pereira.
Inna Ohnivets diz que no site há uma lista de associações reconhecidas pelo Alto Comissariado para as Migrações.
"Nessa lista há associações ucranianas que, de facto, não são ucranianas. Por exemplo, Edinstvo, Amizade, Mir não são ucranianas. Já chamei à atenção da senhora alta comissária para esta situação", assinala.
Pedido de esclarecimento ao Alto Comissariado para as Migrações
Por mais do que uma vez, nos últimos dias, a Renascença pediu um novo esclarecimento de Sónia Pereira, a alta comissária. Do seu gabinete disseram que seria inviável, esta semana, por dificuldades de agenda.
Essas explicações poderão, contudo, ser avançadas na próxima segunda-feira, à Associação dos Ucranianos em Portugal. É essa a expectativa de Pavlo Sadokha, o presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal:
"Já depois da noticia feita pela Rádio Renascença, fui contactado pelo Alto Comissariado para as Migrações e combinamos uma reunião com a Alta Comissária para esclarecer este assunto. A reunião está marcada para 4 de abril", adianta.
No inicio da próxima semana haverá, provavelmente, novas informações sobre este caso.