Mais de 17.000 pessoas foram mortas a tiro este ano nos Estados Unidos, 19 delas crianças e professores de uma escola do Texas, assassinadas na terça-feira, por um jovem de 18 anos.
De acordo com dados do "Gun Violence Archive", que documenta a violência com armas de fogo, das 17.202 pessoas mortas este ano 7.632 foram vítimas de homicídios, disparos não intencionais ou autodefesa, enquanto 9.570 cometeram suicídio com armas de fogo.
Desde o início deste ano, registaram-se 213 "tiroteios em massa" e 10 "assassinatos em massa". O "Gun Violence Archive" define tiroteios em massa os com quatro ou mais pessoas feridas ou mortas por tiros, sem contar com o autor.
A organização, uma plataforma de investigação, sem fins lucrativos, considera assassinatos em massa como sendo aqueles com quatro ou mais mortes e qualifica que, para fins estatísticos, os vê como um "subconjunto" de tiroteios em massa.
Os dados também mostram um pico de mortes por armas de fogo em 2020, quando a pandemia de covid-19 começou, em comparação com 2019, quando foram mortas 15.448 pessoas.
Um relatório publicado em fevereiro, com números para 2020, indicou que um total de 45.222 pessoas perderam a vida nos Estados Unidos devido a ferimentos de bala (inclui assassinatos, suicídios e mortes involuntárias, com armas de fogo).
O documento, do Centro de Pesquisa Pew, indica que os assassinatos com armas de fogo aumentaram acentuadamente nos últimos anos, com 19.384 em 2020, o número mais alto desde 1968 e acima do pico de 1993, de 18.253.
O aumento das mortes por armas de fogo em números absolutos foi também acompanhado por um aumento dos dados per capita. Em 2020 houve 13,6 mortes por 100.000 pessoas, a taxa mais alta desde meados da década de 1990.
Em termos de distribuição geográfica, os estados do país com a maior taxa de mortes por armas em 2020 foram Mississípi (28,6 por 100.000 pessoas), Luisiana (26,3), Wyoming (25,9), Missouri (23,9) e Alabama (23,6).
Comparando os Estados Unidos com outros países, a taxa de mortes por violência com armas de fogo é mais elevada, mas muito atrás de alguns países latino-americanos, como El Salvador, Venezuela, Guatemala ou Colômbia, de acordo com um estudo publicado em 2018.