A eutanásia levaria a uma posição esquizofrénica do Estado e daria origem a uma "inconsistência legal". A posição foi avançada pela jurista Teresa Quintela de Brito, da Associação dos Juristas Católicos, comentando o projecto de lei que o Bloco de Esquerda já anunciou.
“A legalização da eutanásia implicaria uma posição quase esquizofrénica por parte do Estado em que a Constituição lhe impõe o dever de proteger a vida e, por outro lado, a permissão da Eutanásia levaria o Estado a ter que prover os meios humanos, de materiais, as organizações, as informações, a formação necessária para permitir a destruição da própria vida que deve proteger”, disse.
A defesa da vida é um dos deveres médicos, incluindo no contexto dos cuidados paliativos, frisa o oncologista Luís Marques da Costa, também durante a conferência “Eutanásia: evolução ou regressão?" que se realizou esta sexta-feira em Lisboa.
“Qual é o critério? É o critério ético da melhor técnica médica e o critério ético. Acho que todos os doentes têm direito a morrer, não têm direito a ser mortos por um médico”.
As associações dos médicos e juristas católicos consideram que o referendo da eutanásia não é uma opção e prometem continuar a discussão pública.