Zelenskiy alerta: Moscovo está a reunir "dezenas de milhares de soldados" para próxima ofensiva
11-04-2022 - 10:20
 • Renascença com agências

O Presidente ucraniano revelou que dezenas de milhares de pessoas foram mortas nos ataques russos em Mariupol e, pelo menos, 300 hospitais foram destruídos na Ucrânia.

Volodymyr Zelenskiy alerta que Moscovo está a reunir dezenas de milhares de soldados para uma próxima ofensiva. Numa intervenção no Parlamento da Coreia do Sul, o Presidente ucraniano disse que as tropas russas não irão parar até serem obrigadas a fazê-lo.

Na sua intervenção traçou um retrato negro na cidade de Mariupol. "Foi destruída, há dezenas de milhares de mortos, mas apesar disso, os russos não estão a parar a sua ofensiva", revelou num discurso em vídeo, esta manhã.

Segundo o presidente ucraniano, a Rússia "ameaça a Europa, não apenas a Ucrânia, e não vai parar a menos que seja forçada a parar".

Zelensky revelou ainda que as tropas russas destruíram “centenas” de infraestruturas no país, nomeadamente 300 hospitais e 938 estabelecimentos de ensino. E diz que as tropas russas atacaram cidades e áreas residenciais “conscientemente”.

“Agora temos ruínas onde costumava haver cidades normais e pacíficas. Não conseguimos nem sequer contar o número de mortes”, afirmou.

Zelenskiy voltou a afirmar que a Ucrânia precisa de mais ajuda, se quiser sobreviver à guerra.

Ainda hoje, os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia discutem, no Luxemburgo, um sexto pacote de sanções à Rússia, com possíveis embargos às importações de petróleo e gás a dividir os 27.

No campo diplomático, o chanceler austríaco reúne-se esta segunda-feira com Vladimir Putin, em Moscovo.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.793 civis e feriu 2.439, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,5 milhões para os países vizinhos.

Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.