Volodymyr Zelenskiy alerta que Moscovo está a reunir dezenas de milhares de soldados para uma próxima ofensiva. Numa intervenção no Parlamento da Coreia do Sul, o Presidente ucraniano disse que as tropas russas não irão parar até serem obrigadas a fazê-lo.
Na sua intervenção traçou um retrato negro na cidade de Mariupol. "Foi destruída, há dezenas de milhares de mortos, mas apesar disso, os russos não estão a parar a sua ofensiva", revelou num discurso em vídeo, esta manhã.
Segundo o presidente ucraniano, a Rússia "ameaça a Europa, não apenas a Ucrânia, e não vai parar a menos que seja forçada a parar".
Zelensky revelou ainda que as tropas russas destruíram “centenas” de infraestruturas no país, nomeadamente 300 hospitais e 938 estabelecimentos de ensino. E diz que as tropas russas atacaram cidades e áreas residenciais “conscientemente”.
“Agora temos ruínas onde costumava haver cidades normais e pacíficas. Não conseguimos nem sequer contar o número de mortes”, afirmou.
Zelenskiy voltou a afirmar que a Ucrânia precisa de mais ajuda, se quiser sobreviver à guerra.
Ainda hoje, os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia discutem, no Luxemburgo, um sexto pacote de sanções à Rússia, com possíveis embargos às importações de petróleo e gás a dividir os 27.
No campo diplomático, o chanceler austríaco reúne-se esta segunda-feira com Vladimir Putin, em Moscovo.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.793 civis e feriu 2.439, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,5 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.