Mação não tinha um plano de emergência municipal aprovado aquando do incêndio que deflagrou no sábado. À Renascença, o presidente da Câmara, Vasco Estrela, diz que se trata de um “formalismo” que “não tem grande relevância no combate ao incêndio” e "no apoio à população".
“Não é por falta do plano de emergência que as pessoas não foram acolhidas”, que “houve falta de alimentação” ou que “a rede social do município, a Cruz Vermelha e o INEM não funcionaram”, acrescenta o autarca.
O plano de emergência municipal, documento composto por 134 páginas, entrou na fase de consulta pública a 20 de dezembro, do ano passado, num período que se prolongou por 30 dias e, só esta terça-feira, mais de seis meses depois foi aprovado pela Autoridade Nacional de Proteção Civil.
“Há pessoas que gostam muito de documentos para se agarrar a essas coisinhas, leem tanto que fazem pouco. Aqui temos trabalhado de outra maneira e felizmente os resultados têm sido positivos, não na questão do combate, mas no apoio às pessoas”, afirmou o presidente da câmara.
“Tal como em 2017, onde arderam 28 mil hectares, o plano não estava devidamente aprovado”, sublinhou Vasco Estrela em declarações à Renascença.
“O plano municipal de emergência serve para delimitar e estabelecer as regras de evacuação de pessoas, de disponibilização de espaços, de apoio psicológico”, explicou. “Não é esse plano que vai ajudar a combater incêndio nenhum, nem sequer a resolver nenhum problema fundamental para as pessoas. Ajuda-nos efetivamente a que cada entidade saiba o que deverá fazer em caso de catástrofe.”
Esta terça, 23 de julho, a Comissão Nacional de Proteção Civil emitiu um comunicado sobre a “aprovação dos últimos Planos Municipais de Emergência de Proteção Civil submetidos à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil”. Pouco depois, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, garantia que o plano de Mação estava incluído nesse leque.
O incêndio começou no sábado, dia 20, em Vila de Rei e alastrou a Mação, prolongando-se durante mais de três dias. A área ardida de 69 quilómetros quadrados é equivalente a quase duas vezes a cidade do Porto.