A Guardia Civil espanhola anunciou, esta terça-feira, a detenção de um alegado jihadista de 18 anos, em Barcelona. Ao que tudo indica, o jovem disseminava manuais terroristas do Estado Islâmico na internet e teria sido o responsável pela instrução dada à célula terrorista que estava a preparar um ataque na Suécia. Quatro membros dessa célula foram detidos no início do mês em Tyresö, na Suécia.
Para além disso, as autoridades espanholas também ligam o detido a outro jovem jihadista preso no final do ano passado em Ottawa, acusado de organizar atentados contra judeus no Canadá, adianta o jornal El País. Na nota da polícia espanhola é também referida uma ligação a outra célula francesa.
O jovem de 18 anos é espanhol, estudante de mecânica e vivia em casa dos pais com outros irmãos. Foi acusado, segundo o comunicado oficial das autoridades, de divulgar "conteúdo jihadista sobre atividades terroristas". Para além disso, também terá instruído outros potenciais terroristas, via aplicações de mensagens instantâneas, para que pudessem fabricar explosivos. Entre o material informático apreendido também foram encontradas criptomoedas, que agora estão a ser investigadas pois poderão ter sido utilizadas para financiar ações terroristas.
O alegado jihadista foi detido há uns dias e está desde dia 19 de março em prisão preventiva.
No comunicado, é dito que a operação, batizada de Numidas, começou ainda em 2023 graças a um aviso das autoridades de segurança suecas, que detetaram em Espanha a presença de membros da célula jihadista desmantelada no país escandinavo. Essa célula estaria em contacto com alguém em Barcelona por mensagens eletrónicas, o que levou as autoridades dos dois países a colaborar até que a Guardia Civil conseguiu recolher provas suficientes de que o jovem espanhol usava a internet para "conquistar seguidores e conseguir apoio" para o Estado Islâmico.
Segundo a Guardia Civil, o detido "manteve rigorosas medidas de segurança nas suas comunicações", utilizando "ferramentas que lhe permitiram anonimato online" para "operar clandestinamente".
Recorde-se que o país vizinho está no nível 4 de alerta antiterrorista, considerado de alto risco, desde 2015. No entanto, as forças de segurança espanholas reforçaram recentemente as suas operações em preparação para a Semana Santa e na sequência do conflito na Faixa de Gaza.