O primeiro-ministro, António Costa, acusou esta quarta-feira o ex-governador do Banco de Portugal Carlos Costa de "montar uma operação política de ataque" ao seu caráter, à sua honra e à sua honorabilidade.
Para António Costa, Carlos Costa escreveu um livro que mais não é do que “um conjunto de mentiras, de meias-verdades e deturpações”.
António Costa falava aos jornalistas depois ter participado numa sessão na Fundação José Saramago, em Lisboa, que assinalou o centenário do nascimento do escritor, tendo sido questionado sobre as acusações que Carlos Costa reiterou, na terça-feira, durante a apresentação do livro sobre a sua passagem pelo Banco de Portugal.
“É mesmo o pior dia para falar de um livro que, cada página que se vai conhecendo, se percebe que é um conjunto de mentiras, de meias-verdades e deturpações”, começou por dizer.
“O Dr. Carlos Costa entendeu que devia montar uma operação política de ataque ao meu caráter, de ofensa à minha honra e da minha honorabilidade. Está no seu direito, mas eu também estou no direito de defender o que cada pessoa tem de mais importante que é o seu bom nome”, afirmou, António Costa.
O chefe do executivo lembrou ainda que está “há anos na vida publica”, o suficiente “para não admitir a quem quer que seja, lá por ter sido governador do Banco de Portugal ou o que quer que seja, minta a meu respeito sobre os meus atos e as minhas intenções”, acrescentando que "a história esclarecerá tudo e, felizmente, há muitas pessoas que conhecem a história”, rematou.
Aos jornalistas e perante as circunstâncias, o primeiro-ministro repetiu que a decisão de recorrer aos tribunais é ainda mais justificada, além de manifestar “orgulho” no trabalho que foi feito nos últimos anos e que permitiu, por exemplo, fortalecer o sistema financeiro.
“O sistema financeiro português, hoje, não tem nada a ver com o que era em novembro de 2015. Muitos trabalharam para isso, seguramente, o Banco de Portugal deu um importante contributo para isso, mas não foi o único, felizmente, outros deram o seu contributo para que a estabilidade do sistema financeiro fosse possível, permitindo a Portugal recuperar a sua credibilidade internacional”, recordou.
O chefe do Governo foi mais longe e lembrou que Portugal deixou de ser um país de risco para o investimento, tendo em conta que o sistema bancário está de boa saúde.
“Felizmente, hoje, temos bancos que são capazes de desenvolver a sua atividade sem angústias para os poderes públicos, com condições de financiar a economia e sem que o país viva em sobressalto”, sublinhou.
“Tenho muito orgulho no trabalho que desenvolvi, por mim, com os ministros das Finanças com quem trabalhei, e com quem se dispôs a trabalhar para que o sistema financeiro se pudesse recuperar de uma forma sólida”, concluiu, António Costa.