A Catedral de Santa Sofia, em Kiev, e o Mosteiro medieval de Lavra, nos arredores da capital ucraniana, foram incluidos na lista de bens em risco da UNESCO.
Devido à guerra e aos ataques russos contra a Ucrânia, aquele organismo de cultura das Nações Unidas considera que este património está ameaçado.
Também a cidade de Levive foi incluida na lista em perigo.
Veneza escapa à integração na lista de património ameaçado da Unesco
Veneza escapou na quinta-feira da integração na lista do património mundial em perigo da Unesco, decisão celebrada pelas autoridades locais, mas criticada por ambientalistas e cientistas alarmados com o impacto do turismo de massa e alterações climáticas.
Numa reunião na Arábia Saudita, os Estados-membros da Organização das Nações Unidas para a Ciência, Educação e Cultura (Unesco, na sigla em inglês) ignoraram as conclusões dos especialistas de que o "valor universal excecional" de Veneza está sob "uma ameaça crescente e cada vez mais urgente".
Em vez disso, elogiaram os esforços de conservação da cidade, em particular um projeto-piloto de última hora, aprovado há dois dias, que fará de Veneza a primeira cidade a cobrar uma taxa de cinco euros aos turistas que se desloquem por apenas um dia à cidade.
Veneza também tinha evitado entrar na lista de locais em perigo há dois anos, depois do Governo de Roma ter anunciado a proibição de grandes navios de cruzeiro que passassem pela Praça de São Marcos e pelo canal Giudecca.
"Veneza não está em risco"
O presidente da Câmara de Veneza, Luigi Brugnaro, saudou a decisão como prova de que "Veneza não está em risco", classificando as recomendações dos especialistas como enganosas.
Os grupos cívicos, no entanto, continuam a enfatizar a ameaça que o turismo de massa representa para Veneza, que, segundo estes, está a transformar a cidade num mero destino, privando-a da força vital como um centro próspero que atrairia tanto residentes como novas empresas.
O imposto recentemente anunciado, a pagar "online", abrangerá apenas um máximo de 30 dias em que o número de turistas é tradicionalmente superior, com os especialistas a sublinharem que apenas reforça a passividade das autoridades locais.
A Union of Concerned Scientists realçou que a decisão "sinaliza uma tendência alarmante das nações não serem responsabilizadas pela proteção de alguns dos locais naturais e históricos mais emblemáticos e insubstituíveis do mundo".
O comité do património mundial da Unesco tinha recomendado Veneza para a lista de locais em perigo, considerando que a Itália tomou até agora medidas insuficientes para combater a deterioração do local.
Após a decisão, a comissão reiterou as suas preocupações e sublinhou que "ainda é necessário fazer mais progressos para a conservação adequada" de Veneza e da sua lagoa.
A Itália tem até dezembro de 2024 para apresentar um plano detalhado, que será discutido na reunião do comité do património mundial em 2025.
Veneza, uma cidade insular fundada no século V, que se tornou uma grande potência marítima no século X, estende-se por 118 ilhotas, segundo a Unesco, tendo-se tornado Património da Humanidade em 1987.
"La Serenissima" é uma das cidades mais visitadas do mundo, com 100.000 turistas a pernoitarem em Veneza no pico do turismo, além de dezenas de milhares de visitantes diários.