A candidatura do Reagir Incluir Reciclar (RIR) às eleições da Madeira privilegiou hoje, no terceiro dia da campanha, o contacto direto com a população, apelando ao voto dos abstencionistas para conseguir eleger uma representação na Assembleia Legislativa do arquipélago.
"O objetivo é apelar ao voto daquelas pessoas que dizem que não vão votar mais. Nós temos de mudar esta ideia errada que os cidadãos têm aqui, nomeadamente no Funchal", disse o cabeça de lista do RIR, Roberto Vieira, numa iniciativa de campanha que passou pelo contacto porta a porta, junto de bares e na praça de táxis na freguesia de São Roque, no Funchal.
O candidato, que durante anos foi o rosto do Partido da Terra (MPT) no arquipélago e foi deputado regional desta força política, acrescentou ser necessário "apelar aos jovens que também dizem que não vão votar porque não acreditam nas políticas, nem nos políticos".
"Vamos apostar em pedir às pessoas que desta vez confiem o voto ao partido RIR", realçou Roberto Vieira, sublinhando que "a forma de demonstrar descontentamento é através do voto e não ficando em casa, anulando o voto ou deixando-o em branco".
O candidato argumentou que se fossem reunidos os votos das pessoas que decidem não ir votar com os daqueles que optam por votar em branco ou anulam o boletim, haveria uma maioria absoluta.
Na prática, insistiu, "a maioria absoluta está nas mãos de gente que não vota, que vota mal porque anula o voto ou deixa em branco".
"Por isso, vamos pedir a estes que poderiam dar uma maioria absoluta a qualquer partido que votem no partido RIR para eleger pelo menos um deputado", declarou.
O cabeça de lista salientou que 1% ou 2% dos votos dos abstencionistas "vão fazer falta" para que o partido atinja este objetivo.
Nas anteriores eleições legislativas regionais, em 2019, a abstenção situou-se nos 44,05%, sendo de 1,8% a percentagem de votos nulos e de 0,5% a dos votos brancos.
Nesse ano, quando concorreu pela primeira vez ao sufrágio madeirense, o RIR obteve 1.739 votos (1,21%), sem mandatos.
Treze candidaturas disputam no dia 24 os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único.
PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL são as forças políticas que se apresentam a votos.
Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.