Nos últimos dias deram-se alguns passos no sentido da pacificação no confronte entre Israel e o Hamas. O Conselho de Segurança da ONU aprovou uma proposta dos Estados Unidos para um cessar fogo em Gaza. A Rússia não votou contra, absteve-se.
A administração Biden está cada vez mais empenhada em alcançar o fim da mortandade em Gaza. E se tal objetivo tarda a ser atingido, J. Biden quer, pelo menos, mostrar publicamente, sobretudo aos eleitores americanos, que fez tudo por isso.
O Hamas reagiu mostrando disponibilidade para chegar a um acordo. Mas parece ter apresentado um novo calendário para o cessar fogo, o que pode travar o processo para a troca de reféns por prisioneiros nas cadeias de Israel. E pretende uma trégua sem fim.
Ora Israel não aceitará uma trégua que não seja provisória, porque quer destruir o Hamas. Segundo uma fonte israelita, citada pelo Guardian e pelo Público, “Israel não terminará a guerra antes de atingir todos os seus objetivos”. E estes são eliminar as capacidades militares e civis do Hamas, libertar os reféns e garantir que Gaza nunca mais seja uma ameaça para Israel.
Não se vê que o Hamas possa aceitar a sua própria destruição. E também não se vislumbra em Netanyahu vontade para fazer a paz, porque a guerra lhe garante não ser afastado da liderança do governo israelita.
A contestação a Netanyahu é intensa em Israel. Benny Gantz, um moderado, demitiu-se do governo de guerra e tenta promover eleições antecipadas. Mas o mandato de Netanyahu só termina no outono de 2026.
Entretanto, as forças armadas israelitas conseguiram libertar quatro reféns. Mas a operação provocou perto de 300 mortos entre os palestinianos. Multiplicam-se os ataques a Israel, do Hamas e cada vez mais do Hezbollah, a partir do Líbano (o Norte de Israel já se encontra em boa parte despovoado, por causa dos ataques). A paz, que parecia próxima, afasta-se no horizonte.