Quem passou esta terça-feira pela Estação de São Bento não ficou indiferente à melodia que ecoava nas paredes do icónico edifício do Porto. As chegadas e as partidas ganharam outro sabor, não no palato, mas de ouvido, e tudo graças ao festival internacional PianoFest.
Foi este o local escolhido para o lançamento da 4.ª edição do evento, que arranca já na próxima quinta-feira e que vai decorrer em vários pontos da cidade até 9 de agosto. E para o arranque, não podia faltar um piano, plantado à entrada da estação e tocado por vários músicos ao longo desta terça-feira.
Nuno Marques, diretor do Pianofest e músico profissional, vive em Nova Iorque, mas afirma-se como um pianista do mundo, que encontrou no Porto as condições e potencial necessários para fazer do internacional nacional.
“O Porto é a nossa casa", explica à Renascença. "É um orgulho trazer este festival à cidade e torná-la numa rampa de lançamento para jovens artistas.”
Casa da Música, Palácio da Bolsa, Conservatório de Música do Porto e a Reitoria da Universidade são os pontos por onde vai passar esta edição do PianoFest. Uma rota que, para o fundador do festival, permite também fortalecer a atividade cultural da Invicta.
Um dos objetivos principais do PianoFest é cultivar o diálogo artístico nacional. Desta forma, em vez de os músicos nacionais procurarem o estrangeiro, é o internacional que vem até eles - e até nós. “Assim conseguimos captar grandes talentos. É muito importante porque se consegue inverter a fuga de cérebros do país”, conclui o diretor.
Na cena artística mundial, Portugal está longe de estar ao nível de países como os Estados Unidos ou o Reino Unido. No entanto, Nuno Marques não perde o otimismo. “Portugal começa a estar mais bem posicionado no contexto artístico internacional e este festival é importante para colocar o país no mapa.”
O diretor acredita que há formas diferentes de tocar piano e reforça ainda a importância da convivência entre artistas. “É bom ter este misto e trazer pianistas a Portugal também para dar a conhecer formas diferentes de fazer música.”
Ao longo da manhã de hoje, as pessoas aproximavam-se, curiosas, e algumas deixavam-se ficar a absorver o momento. Podem não conhecer a artista que toca ou a técnica que transporta para o piano instalado em São Bento, mas no final é a música que as conquista. "A música é uma experiência universal", remata Nuno Marques.