Um grupo de 250 pessoas, composta por cerca de 100 famílias, foi impedido de fugir da zona de Alepo que é controlada pelos rebeldes que combatem as forças governamentais, dando peso às acusações de que estes usam os civis como escudos humanos no seu combate contra o regime.
A notícia foi avançada pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos, um grupo ligado à oposição moderada ao regime e que acompanha a guerra civil na Síria desde o início do conflito.
Alguns residentes da zona controlada pelos rebeldes em Alepo negam, contudo, estas informações, dizendo que não passam de propaganda de Damasco.
Segundo o Observatório as 100 famílias estavam a tentar fugir do bairro de Bustan al-Basha para o enclave curdo de Sheikh Maqsood. Bustan está ocupado por rebeldes, na maioria fundamentalistas islâmicos, enquanto Maqsood é controlado pelas Forças Democráticas da Síria, uma coligação composta por grupos de várias etnias, incluindo curdos, turcomanos e cristãos assírios e arménios. Muitos dos grupos que formam as FDS também se opõem ao regime, mas consideram os jihadistas uma ameaça maior, pelo que evitam confrontar-se com o exército nacional enquanto estes grupos jihadistas permanecem na região.
Fontes da FDS confirmam que estavam a aguardar a chegada de 250 pessoas, a quem tinham oferecido refúgio, mas que estas foram alvejadas quando tentaram sair de Bustan al-Basha.
Actualmente Alepo, que antes do começo da guerra civil era a maior e mais importante cidade da Síria, encontra-se dividida entre forças leais ao Governo e rebeldes. As forças governamentais têm a zona rebelde cercada e têm feito avanços ao longo dos últimos meses, com o apoio da força aérea russa.
A campanha do Governo tem sido denunciada por vários governos ocidentais, devido ao alto número de vítimas civis, mas Damasco e a Rússia argumentam que a culpa é dos rebeldes, que usam os cidadãos como escudos humanos neste conflito.