Inflação abrandou? “Se dizem isso, é porque não estão dentro do assunto”
02-06-2023 - 06:26
 • Isabel Pacheco

O abrandamento da inflação, a cair há sete meses, ainda não se faz sentir na vida dos portugueses, que continuam a queixar-se de sucessivos aumentos de preços na hora de ir ao supermercado.

O recuo da inflação ainda não se faz sentir no bolso dos portugueses. Na hora de ir às compras, os consumidores não sentem diferença nos preços e, quando existe, por regra, não é boa notícia.

“Os preços estão sempre mais caros. Não vejo nenhuma diferença”, atira Maria Manuela à porta de um supermercado, em Braga.

Fernanda Martins garante o mesmo: “Os preços estão sempre subir. Mas, temos de comer. Olhe, que remédio!”

A exceção na tendência de subida são as hortaliças da época que “estão mais baratas um bocadinho bom”, revela Paula Santos, proprietária de um minimercado.

Mas no que toca à mercearia está tudo “cada vez mais caro”, conta a empresária, dando o exemplo do “arroz, da massa e do azeite”.

“O que as pessoas não entendem é que, sendo colheitas do ano passado, como estão sempre a encarecer”, diz.

Depois do pico no aumento do preço dos bens alimentares em2022, a tendência de subida continua, explica-nos Conceição, gestora de um supermercado.

“Quando vamos comprar mercadoria, a que vendemos já não dá para comparar outra”, revela Conceição.

“A única coisa que está mais barata é o óleo em comparação com o período da pandemia” resume a empresaria que garante que recuo da inflação não se reflete na realidade do dia a dia.

Por enquanto, “nada estagnou”. “Se dizem isso, é porque não estão dentro do assunto”, remata.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) estima que a taxa de inflação de maio terá ficado nos 4%, quando a média anual da inflação do ano passado foi de 7,8%, a mais alta desde 1992.