O deputado João Paulo Correia avançou à Renascença esta terça-feira que o grupo parlamentar socialista está a ponderar a possibilidade de avançar com uma nova comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD), mas apenas caso se cumpram duas condições.
Antes de mais, os socialistas querem o relatório da auditoria à CGD na posse da Procuradoria-geral da República. Por último, querem que o Presidente da República promulgue o diploma parlamentar que determina que os bancos e o Banco de Portugal terão de enviar sem reserva ao Parlamento toda a informação requerida pelas comissões de inquérito.
"A administração da Caixa não está impedida de partir para o apuramento das responsabilidades civis e criminais desses administradores e desses gestores que participaram nessas decisões que lesaram e prejudicaram o património da Caixa Geral de Depósitos", começou por explicar o deputado socialista.
Questionado sobre se os gestores em causa são tanto do PSD como do próprio PS, João Paulo Correia confirma que há "conotações político-partidárias" nas sucessivas administrações do banco público.
"As administrações da Caixa Geral de Depósitos, que é um banco público, são sempre nomeadas pelos Governos. Todos esses créditos que são conhecidos, uns com mais conotações político-partidárias, outros que ainda não se conhecem, mas que se vão conhecer também – e algumas surpresas poderão surgir --, alguém tem que assumir a responsabilidade por eles. Os administradores dessa época e gestores que participaram nessa decisão devem ser responsabilizados", concluiu.