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Não há quaisquer agressões a professores portugueses por parte de timorenses que os culpem por ter levado o novo coronavírus para Timor. A garantia foi dada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, no Parlamento, onde foi ouvido esta terça-feira.
O ministro foi bastante veemente na recusa dessa ideia lançada pelas queixas de uma professora que terá sido assaltada em Baucau muito antes de ter surgido o primeiro caso de Covid-19 em Timor.
“No dia 4 de março – hoje são 23 –uma professora portuguesa em Baucau teve uma tentativa de intrusão em sua casa, sofreu um assalto com uma pessoa que a ameaçou, incluindo fisicamente. Essa professora, não sei porquê, não apresentou queixa”, contou Santos Silva aos deputados.
“Agora, decorridos estes dias, não sei se procedeu a alguma reinterpretação retrospetiva do que lhe aconteceu, queixou-se. As autoridades policiais receberam a respetiva queixa ontem presentes a vários níveis, procurando dar todo o apoio, com a nossa colaboração não só consular, mas também policial”, continuou o ministro, garantido que o caso não tem nada a ver com o surgimento do primeiro caso de coronavírus naquele país.
“Esse caso não teve nada a ver com o facto de no sábado passado ter sido identificado o primeiro cidadão estrangeiro – um holandês que, aliás, recebeu proteção consular de Portugal porque Portugal assume a proteção consular em Dili de todos os países da União Europeia –que testou positivo”, afirmou Santos Silva, reforçando: “Não teve nada a ver com o assunto porque, se não me falham as contas, tinha ocorrido duas semanas antes.”
Para Santos Silva “é muito importante” contrariar a associação que foi feita por essa professora a órgãos de informação em Portugal, incluindo a Renascença. “Se se criasse agora a ideia que os timorenses responsabilizam os cooperantes portugueses - os professores portugueses que são o essencial da nossa cooperação - , como os estrangeiros que trouxeram para o território deles um vírus terrível isso traria consequências devastadoras para a cooperação entre Portugal e Timor-Leste”, disse o ministro, considerando que tal seria também “seria absolutamente injusto para Timor-Leste”.
O ministro deu ainda conta de outra situação, a de alguns passageiros que chegaram a Timor em voos internacionais e foram sujeitos a um período de isolamento por parte das autoridades timorenses. “Grande parte desses passageiros são, aliás, timorenses”, mas também alguns portugueses em trânsito, e foram colocados em dois hotéis, que foram apedrejados por grupos de jovens
“Mais uma vez, esses não são professores portugueses e foi um incidente ocasional, imediatamente gerido pelas autoridades”, garantiu o ministro que disse ainda aos deputados da comissão de Negócios Estrangeiros que foi contatado por vários ministros timorenses, incluindo o seu homologo, que lhe garantiram a segurança dos portugueses.