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O representante dos pais e encarregados de educação alertou, esta quinta-feira, as famílias para a importância de “manter todos os cuidados” durante a pandemia para que não haja um recuar no processo de reabertura gradual das escolas.
O primeiro-ministro anunciou o calendário do regresso gradual dos alunos às suas escolas, que vai começar segunda-feira com as crianças das creches e alunos do ensino pré-escolar e o 1.º ciclo, e deverá terminar a 19 de abril com os estudantes do secundário e ensino superior.
Este é um calendário dependente da evolução da pandemia de covid-19 e por isso o presidente da Confederação Nacional de Associações de Pais (Confap) pede cautela às famílias, para que não haja recuos que “prejudicam as crianças”.
“Estamos a fazer um caminho, através do desconfinamento faseado, e espero que não tenhamos de voltar a fechar tudo outra vez. É preciso continuar a ter todos os cuidados até que a pandemia esteja resolvida”, disse à Lusa Jorge Ascenção.
O presidente da Confap lembrou que “não é dentro da escola que está o perigo, até porque a esmagadora maioria dos casos de contágio ocorreram fora das escolas”.
A suspensão do ensino presencial, disse, foi a resposta encontrada para reduzir a circulação de pessoas fora dos recintos escolares mas também a forma de enviar “um sinal à sociedade de que a situação era bastante grave”.
“Nós privámos os nossos filhos de se desenvolverem de forma saudável e depende agora de nós poder manter a situação. As crianças não tiveram culpa mas foram os principais prejudicados”, alertou.
Quanto às datas anunciadas, o encarregado de educação admitiu que “há 15 dias os pais contavam “com a possibilidade de uma abertura mais cedo, mas o Governo optou por uma abertura mais cautelosa, o que se percebe”.
O plano de desconfinamento "a conta-gotas" aprovado em Conselho de Ministros prevê que as crianças das creches assim como os alunos do ensino pré-escolar e do 1.º ciclo regressem já na próxima segunda-feira às escolas.
O primeiro-ministro António Costa anunciou ainda que depois da Páscoa, a 5 de abril, os alunos do 2.º e 3.º ciclo voltam a ter aulas presenciais e, a 19 de abril, será a vez dos alunos do secundário e do ensino superior.
Durante a apresentação do plano de desconfinamento, o primeiro-ministro António Costa salientou várias vezes que o calendário apresentado pode, a qualquer momento, ser alvo de mudanças caso a situação pandémica se volte a agravar.
“Que não seja preciso prenderem-nos porque não sabemos estar em liberdade”, alertou Jorge Ascenção.
O agravamento da situação pandémica no país levou a que o Governo anunciasse a suspensão do ensino presencial no final de janeiro e a marcação de uma pausa letiva de duas semanas.
As aulas foram retomadas a 8 de fevereiro com ensino à distância para todos os níveis de ensino.
Entretanto, o Governo anunciou que, no início das aulas, os funcionários das escolas assim como os alunos do ensino secundário vão fazer testes de despistagem ao novo coronavírus e os docentes vão ser vacinados contra a covid-19.