O Conselho Disciplinar da Ordem dos Médicos recebeu um pedido de avaliação de conduta do pediatra Jorge Amil Dias, presidente do Colégio da Especialidade de Pediatria, que em várias intervenções públicas se tem manifestado contra a vacinação de crianças contra a Covid-19.
O pedido de avaliação de conduta é feito em carta - a que a Renascença teve acesso - assinada por 16 médicos, grande parte membros do gabinete de crise para a pandemia, entre os quais Filipe Froes, António Sarmento, Vitor Almeida, Carlos Robalo Cordeiro e Manuel Magalhães.
Os subscritores do pedido de avaliação de conduta pedem que o Conselho Disciplinar avalie se o presidente do Colégio da Especialidade de Pediatria não cometeu uma infração disciplinar ao código deontológico, no que diz respeito à proteção individual e da saúde pública, pelas declarações que fez numa entrevista a um canal de televisão e em duas cartas abertas publicadas pela imprensa.
Os médicos alegam que as declarações contra a vacinação de crianças feitas por Jorge Amil Dias podem ter prejudicado a intervenção da Ordem dos Médicos na “salvaguarda da promoção da saúde e da prevenção da doença” na população portuguesa.
Escrevem ainda que as suas intervenções “promoveram a hesitação na toma da vacina, a intranquilidade e perda de confiança no processo de vacinação em geral e em particular no combate à pandemia”.