"O início do dia pós-Hamas." Foi assim que Benjamin Netanyahu confirmou a morte do líder do Hamas, Yahya Sinwar, considerado o mentor dos atentados de 7 de outubro, e que levaram à escalada do conflito na região.
Segundo a imprensa local, Israel sabia que Sinwar estava escondido no bairro de Tel Sultan, em Rafah, mas não era conhecida a sua localização exata. Terá sido num ataque a uma reunião de agentes do Hamas que Sinwar — que, afinal, também estava presente — morreu. Só depois de consumado o ataque, é que as forças israelitas terão percebido que tinham assassinado o líder do Hamas.
Netanyahu congratula-se: "Acertámos contas com Sinwar"
“Aquele que realizou o pior massacre na história do nosso povo desde o Holocausto, o assassino em massa que assassinou milhares de israelitas, sequestrou centenas de pessoas do nosso povo, foi eliminado hoje pelos nossos soldados heroicos”, disse o primeiro-ministro de Israel, numa mensagem televisiva. “Hoje, tal como como prometemos que faríamos, acertamos as contas com Sinwar."
No entanto, apesar de se congratular com a morte do líder do Hamas, nas palavras de Netanyahu não se vislumbra um fim do conflito: "Hoje, o mal sofreu um duro golpe, mas a nossa missão ainda não está concluída”, sublinhou.
Aliás, dirigindo-se aos familiares dos reféns do Hamas, Netanyahu deixou claro qual o caminho que pretende seguir, e que está longe do cessar-fogo, pedido pela comunidade internacional. “Este é um momento importante na guerra. Continuaremos com força total até que todos os seus entes queridos — nossos entes queridos — retornem a casa. Essa é a nossa obrigação suprema. Essa é a minha obrigação suprema.”
A morte de Sinwar foi também interpretada por Netanyahu como uma validação da guerra aberta contra o Hamas e o Hezbollah. “Por que insistimos, diante de todas as pressões, em entrar em Rafah, a fortaleza fortificada do Hamas onde Sinwar e muitos dos assassinos se esconderam.”
O primeiro-ministro israelita nomeou ainda muitos dos líderes assassinados por Israel — “Deif, Haniyeh, Sinwar, Nasrallah, Mohsen, Aqil e muitos de seus parceiros não existem mais” —, o que, para si, é sinónimo de maior segurança na região. "Em Gaza, em Beirute, nas ruas de toda a área, a escuridão está a recuar e a luz está a surgir.”
Biden compara assassinato à morte de Bin Laden
Joe Biden, Presidente dos Estados Unidos, já reagiu à notícia e comparou a morte de Sinwar à de Ossama bin Laden, líder da Al-Qaeda. "Este é um bom dia para Israel, para os Estados Unidos e para o mundo.”
Israel, defendeu Biden, "tinha todo o direito de eliminar a liderança e a estrutura militar do Hamas”.
Para o Presidente dos Estados Unidos, “agora há a oportunidade de um 'dia seguinte' em Gaza sem o Hamas", assim como se abre a possibilidade de chegar a um acordo político entre o Hamas e Telavive.
A primeira confirmação da morte do cérebro do 7 de outubro, segundo o Times of Israel, foi feita pelo ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, que enviou uma mensagem a vários chefes de diplomacia de países aliados de Telavive. Logo depois, foram as Forças de Defesa de Israel e o Shin Bet, serviço de segurança interna de Israel, a confirmar a morte de Sinwar.
Conquista "militar e moral"
“O assassino em massa Yahya Sinwar, responsável pelo massacre e pelas atrocidades de 7 de outubro, foi morto hoje [quinta-feira] por soldados das IDF”, escreveu Katz nessa mensagem, segundo a imprensa israelita. “Esta é uma grande conquista militar e moral para Israel e uma vitória para todo o mundo livre contra o eixo maligno do islamismo radical liderado pelo Irão.”
Para Katz, o assassinato de Sinwar “cria a possibilidade” de libertar imediatamente os reféns feitos durantes os ataques de 7 de outubro e de libertar Gaza do Hamas e do controle iraniano.
“Israel precisa do seu apoio e assistência agora mais do que nunca para avançarmos juntos nessas metas importantes”, termina Katz na missiva enviada a vários ministros dos Negócios Estrangeiros.