Queda de aeronave. Atleta do Benfica ajuda a impedir "fúria" sobre tripulantes
03-08-2017 - 08:19

“A solução não era bater, era manter a calma e esperar pelas autoridades”, relata o basquetebolista. A aterragem de uma aeronave na Costa de Caparica causou dois mortos, entre eles uma criança de oito anos.

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O basquetebolista do Benfica Nicolas dos Santos estava no local do acidente com a aeronave na praia de São João da Caparica, na quarta-feira à tarde, tendo ajudado à protecção dos tripulantes "da fúria dos presentes".

“Corri para ajudar o nadador salvador, pois havia cada vez mais pessoas a chegar à praia e queriam bater no piloto da avioneta e no tripulante, também eles cheios de medo", relatou o jogador, citado na página do clube na internet.

"Eu meti-me no meio para tentar evitar que acontecesse outra tragédia. Quis ajudar. A solução não era bater, era manter a calma e esperar que as autoridades, a polícia e a ajuda médica de emergência chegassem. Manter a calma era o mais importante no momento", sublinhou o basquetebolista.

Na quarta-feira, uma aeronave Cessna 152 aterrou de emergência na praia de São João da Caparica, em Almada. O incidente provocou a morte a uma criança de oito anos e a um homem de 56.

"A minha mulher correu para junto da criança e não conseguia parar de chorar, porque assistiu a tudo e à aflição da mãe abraçada à filha. Foi horrível”, conta Nicolas.

A aeronave realizava um voo de instrução que saiu de Cascais e tinha como destino Évora. Durante o voo, contactou a torre de controlo para reportar uma emergência e a aterragem na praia.

"Estava na praia com a minha mulher e vimos a avioneta a voar de forma estranha, muito baixa, como se estivesse prestes a cair. E vimos mesmo a avioneta a cair na praia e a embater no homem e na menina. Foi muito complicado, viveram-se momentos de muito medo e aflição", relatou o jogador.

Nicolas dos Santos recordou que "as pessoas começaram a correr em pânico, a fugir; vimos vários pais a correr com os filhos. Foi horrível", repetiu.

Os dois tripulantes da avioneta já foram interrogados pela Polícia Marítima e ficaram com termo de identidade e residência. São ouvidos esta quinta-feira pelo Ministério Público.