Menos sal e açúcar são duas das metas definidas pelo novo Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (2022-2030), que a Direção-Geral da Saúde coloca em consulta pública a partir deste domingo.
No documento, divulgado no Dia Mundial da Alimentação, a DGS indica que a alimentação inadequada é uma das principais causas evitáveis de doenças crónicas, perda de qualidade de vida e mortalidade prematura em Portugal.
“Estima-se que nos próximos ano ,a alimentação inadequada possa vir a ultrapassar o tabaco no ranking dos fatores de risco modificáveis que mais condicionam a carga da doença a nível nacional”, refere o PNPAS.
Entre as estatísticas que preocupam está a ingestão de sal: 77% dos portugueses têm uma ingestão do sal superior a 5 gramas por dia, enquanto 41% das crianças e quase 50% dos adolescentes têm uma ingestão de açúcares muito acima do recomendado.
Mais de metade dos portugueses consomem menos vegetais e frutas que o recomendado, incluindo 72% das crianças e 78% dos adolescentes, enquanto 41% dos jovens portugueses consomem diariamente refrigerantes.
A alimentação inadequada contribui para que um em cada dois adultos tenham excesso de peso e que 20% tenham obesidade. Em crianças, uma em cada 12 crianças com menos de cinco anos tem excesso de peso, estatística que sobe para um terço das crianças entre os 5 e os 19 anos.
Para 2030, a DGS estima que 14% da mortalidade seja atribuída à má alimentação, acima de fatores de risco como o álcool (12%) ou o tabaco (11%).
Por isso, duas das metas são a redução de 10% do teor de sal e de 20% do teor de açúcar nos alimentos que mais contribuem para a ingestão de sal e açúcar na população portuguesa, a que se somam o aumento do consumo em pelo menos 400 gramas de fruta e hortícolas em adultos, crianças e adolescentes até 2030.
Outros dos objetivos são a redução do consumo de carne processada e ultra processada, a redução do consumo de refrigerantes e bebidas açucaradas, um corte de 30% na ingestão de sódio e um aumento de 50% do aleitamento materno exclusivo até aos 6 meses.
O programa, que lança as novas linhas de orientação na alimentação, vai ficar em consulta pública por um período de 21 dias.