É uma autêntica final antecipada. Das seleções candidatas ao título, estas duas têm sido as mais fascinantes de acompanhar, com nuances visíveis e uma propensão ofensiva em comum. A Espanha tem sido a equipa mais regular do torneio: marcou em todos os jogos (9 golos apontados) e apenas sofreu por uma vez, num autogolo de Le Normand face à Geórgia.
Por sua vez, a Alemanha iniciou o Europeu em grande estilo, para depois quase perder o primeiro lugar do grupo para a Suíça. No primeiro jogo a eliminar, a 'mannschaft' foi implacável para com a vizinha nortenha Dinamarca.
A turma de Luis de la Fuente ainda chegou a estar a perder com os georgianos, mas revelou-se implacável, dentro de um estilo que mistura dinâmica com bola, velocidade, técnica individual e uma presença massiva de jogadores perto da área adversária. O tecnicista Lamine Yamal e o velocista (com critério) Nico Williams voltaram a fazer das suas nesse encontro, bem como o cirúrgico Rodri (acalmou a equipa no momento mais difícil, com a Geórgia a sair bem no contra-ataque), foram elementos-chave na recuperação da 'roja'.
Fabián Ruiz, com um posicionamento mais próximo do médio do Man. City após o intervalo, também se exibiu para ajudar a catapultar o resultado para os patamares de goleada. E como se dúvidas existissem, ficou a confirmação das excelentes opções de banco de "nuestros hermanos" (grande entrada em jogo de Dani Olmo e boas participações de Oyarzabal ou Merino).
A Alemanha não teve o melhor Musiala face aos dinamarqueses, mas o que apareceu foi suficiente - aquele movimento em profundidade no decisivo 2-0 foi notável.
Kroos voltou a ser o 'regista' que qualquer equipa gostaria de ter, aparecendo até mais subido a construir no segundo tempo (altura em que já havia um 3º central a fechar). Havertz voltou a confirmar que está a fazer um Europeu de categoria (sobretudo nos movimentos de desmarcação).
E a defesa, com alguns momentos difíceis, deu sempre resposta à altura, com e sem bola: Neuer teve intervenções notáveis e os centrais destacaram-se tanto a recuperar (colossal Rüdiger), como a lançar jogo no passe longo (Schlotterbeck decisivo). Depois de um início pressionante, veio uma equipa mais disposta a explorar o ataque direto às costas da defesa adversária no segundo tempo, no que pode ser um dado indicador interessante para superar a pressão espanhola em zonas subidas.
Já a 'roja' não quererá dar margem para que o quarteto ofensivo da Alemanha se possa expressar com vantagem, caso contrário pode sofrer no setor do campo em que conta com menos individualidades decisivas…