Há 80 novos casos de pneumonia a entrar, todos os dias, nos hospitais portugueses. E esta será, apenas, a ponta do iceberg. Entre as causas apontadas está o envelhecimento da população, a par de um défice na prevenção e de um recurso limitado às vacinas contra a gripe.
São dados avançados à Renascença pelo presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia. Diz Carlos Robalo Cordeiro que a “pneumonia não tem evoluído da melhor forma, não só no que se refere ao internamento hospitalar como à mortalidade”.
Morrem, por dia, 20 pessoas com pneumonia
Carlos Robalo Cordeiro sublinha que, a cada dia que passa, “são internadas nos hospitais portugueses mais de 80 pessoas com pneumonia”.
O mais grave é que, desses casos, morrem 20 por dia. Pensando que nem todas os pacientes são internados, que muitos estarão a ser tratados noutros locais, é fácil imaginar o peso desta doença.
Nos hospitais públicos, morrem mais de 5 mil pessoas com pneumonia por ano. O presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia conclui que “a pneumonia é a infecção que condiciona a maior mortalidade há muito tempo nos hospitais”.
O que está a falhar na prevenção?
“A sensibilização existe, as campanhas vão-se multiplicando, a informação à população também. É preciso é que as pessoas interiorizem a necessidade de assumirem medidas genéricas de protecção. Devem, desde logo, controlar bem as doenças crónicas, fazer uma alimentação correcta, evitar o consumo do tabaco, fazer a vacinação antigripal”, aponta o responsável.
“As pessoas desvalorizam um pouco a prevenção e, muitas vezes, só se lembram de recorrer aos serviços de saúde quando estão doentes”, lamenta Carlos Robalo Cordeiro.