A Comissão Europeia vai adotar esta sexta-feira o seu sétimo pacote de sanções à Rússia, que passam a incluir a proibição de importação de ouro russo e que altera algumas das medidas restritivas já impostas para evitar dificultar as exportações de alimentos, adiantaram duas fontes à Reuters.
As novas medidas integram-se no que é considerado "um pacote de manutenção e alinhamento" das sanções, indica uma das fontes, referindo-se a este conjunto de medidas como o "sexto pacote e meio", pelo alcance limitado que terão em comparação com anteriores rondas de sanções, que tiveram como alvo o carvão e o petróleo russo.
Apesar disto, algumas medidas poderão ter sério impacto nos setores abrangidos.
O novo pacote prevê a proibição de importação de ouro russo para a UE, uma proposta noticiada pela primeira vez pela Reuters em junho e que entraria em vigor com a adoção destas novas sanções.
A Comissão Europeia deverá anunciar as medidas já esta sexta-feira, dizem as duas fontes sob anonimato. O pacote deverá depois ser debatido na próxima semana pelos eurodeputados para aprovação final antes das férias de verão.
Uma das fontes indica que as importações de ouro da Rússia através de países terceiros também serão afetadas, mas não se alongou sobre de que forma é que a medida será aplicada.
Bruxelas também pretende reforçar algumas das sanções já aplicadas a Moscovo, prevendo novos limites à importação de vens que possam ser usados para fins militares, incluindo químicos e maquinaria, indicou a fonte.
Navios russos de volta aos portos da UE?
Da mesma forma, a "lista negra" de personalidades e entidades com ligações próximas ao Kremlin que têm os seus bens na UE congelados também deverá ser alargada e as atuais sanções serão limadas para garantir que não atingem as exportações de comida e cereais.
Estas informações foram avançadas à Reuters pelas duas fontes anónimas e corroboradas por outra fonte oficial da UE.
Vários países de África têm alertado que as sanções aplicadas pela UE à Rússia estão a contribuir para a atual crise alimentar que se vive no continente na sequência da guerra na Ucrânia e do bloqueio dos portos ucranianos pelos russos, portos esses de onde os cereais são normalmente exportados para o resto do mundo.
A UE tem rejeitado que as suas sanções afetem o comércio de alimentos mas deverá propor agora ajustes às medidas para garantir que não são mal interpretadas por quem negoceia no setor, incluindo a proibição de acesso de navios russos aos portos europeus, adiantou uma das fontes.
Sob essa medida, os navios da Rússia poderão entrar nos portos da UE se transportarem comida ou medicamentos.