A Cáritas disse esta quarta-feira que vê com preocupação a crise política que o país atravessa na sequência da demissão do primeiro-ministro e as consequências de uma não aprovação do Orçamento do Estado para 2024 (OE 2024).
À Renascença, a presidente Rita Valadas considera que o cenário provocado pela demissão de António Costa está a provocar um grande desconforto, sobretudo junto do setor social, que depende dos apoios diretos do Estado.
“Ter um Governo demissionário, ter um orçamento não aprovado, é sempre um fator de insegurança. É mais uma indefinição a juntar a todas as indefinições que já temos e que criam grande desconforto social e que naturalmente envolverá também problemas para as pessoas com maiores vulnerabilidades”, afirma.
No entanto, e apesar da indefinição, Rita Valadas defende que todos devemos estar serenos, até porque esta situação provoca ainda mais desconforto junto da população vulnerável.
"A falta de serenidade numa situação de desconforto como aquela que vamos certamente viver não ajuda as pessoas que estão mais sós, menos apoiadas. Essas vão certamente sentir as coisas de uma maneira diferente. Estou preocupada e muito atenta”, indicou, referindo que as instituições terão de fazer um “jogo de cintura” para poder usar os recursos “da melhor maneira possível".