O Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS Portugal) acaba de lançar uma campanha de sensibilização para a contratação de pessoas imigrantes e refugiados, marcada pela ideia “Algumas desculpas escondem um preconceito”.
A frase pretende, de acordo com o JRS Portugal, desconstruir “os mitos mais comuns associados à contratação de pessoas imigrantes e refugiadas, o respeito e a dignidade dos processos de contratação” que “dependem muito das entidades empregadoras”.
Nesta campanha, o JRS Portugal lembra que “oferece vários serviços de acompanhamento de pessoas imigrantes e refugiadas, de forma a apoiar o seu processo de integração em Portugal, tais como o apoio à empregabilidade, apoio social e jurídico, formação profissional e aprendizagem da língua portuguesa, entre outros”.
“O Gabinete de Emprego do JRS Portugal promove a integração dos seus utentes no mercado de trabalho, apoiando pessoas com diferentes qualificações e experiências profissionais, em várias áreas”, reforça.
Na nota enviada à Renascença, a entidade adianta que “em 2022, o JRS Portugal conseguiu angariar 770 ofertas de emprego digno para as pessoas imigrantes e refugiadas que acolhe e acompanha diariamente”, mas adverte que “o sucesso na integração no mercado de trabalho depende sempre das entidades empregadoras”.
O JRS Portugal afirma que “a experiência do Gabinete de Emprego demonstra que são muitas as barreiras que as pessoas imigrantes e refugiadas enfrentam junto das entidades empregadoras nos momentos de procura de emprego e contratação”. “Questões como a nacionalidade, a língua, a cultura, os impedimentos documentais, o desconhecimento da legislação ou o não reconhecimento do currículo e das qualificações são apenas alguns exemplos”, sublinha.
Depois, a entidade que apoia a integração de migrantes denuncia práticas das entidades empregadoras que, por vezes se propõem “contratar pessoas migrantes sem oferecer um contrato de trabalho, deixando-as desprovidas de direitos, aproveitando-se da situação de vulnerabilidade em que se encontram”.
“Cabe a todos nós mudar esta realidade: não só aos empregadores, mas também à Sociedade Civil”, exorta.
Com esta campanha, o JRS Portugal pretende “apelar à consciência das entidades empregadoras e demonstrar que as oportunidades de trabalho dignas e respeitadoras dos direitos humanos podem realmente fazer diferença, não só na vida dos trabalhadores imigrantes e refugiados, mas também na sociedade portuguesa como um todo”.
O JRS Portugal sublinha que “uma oportunidade de emprego digno representa o início de uma nova fase na vida de muitas pessoas imigrantes e refugiadas”, e “permite, ainda, alavancar uma série de dimensões do processo de integração, como o acesso a habitação em Portugal, o apoio à família no país de origem, entre outras”.