A nova linha ferroviária de alta velocidade entre Lisboa e Porto é um projeto a pensar no “futuro do futuro do país”, disse, esta quarta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, para quem o investimento é "essencial” para o desenvolvimento nacional.
“É um projeto essencial para responder às necessidades de desenvolvimento do nosso país, mas, sobretudo, de enorme potencial par ao futuro do futuro do nosso país”, disse o primeiro-ministro, durante apresentação do traçado ferroviário que decorreu na estação de comboios de Campanhã, no Porto.
Para o primeiro-ministro, trata-se de uma obra que “transcende em muito qualquer maioria” e, por isso, sem motivos para “sobressaltos”.
“Felizmente, o país tem hoje condições financeiras para poder assumir este projeto com a tranquilidade de que não haverá sobressaltos que o coloquem em causa”, garantiu António Costa, defendendo ser esta a hora de colocar fim ao “pára-arranca” no que toca a obras estruturantes do país.
“É fundamental ancorar devidamente estas decisões para que deixem de ser decisões, como foram durante décadas, soluções de para e arranca que começam e voltam a parar e que não tem continuidade”, referiu.
Em sintonia com António Costa, mostrou-se o ministro das Infraestruturas e da Habitação. Pedro Nuno Santos defende ser este o momento para parar com as hesitações políticas.
“Não podemos adiar e hesitar mais. Temos de parar com o para e arranca de tanto caracteriza as decisões políticas em Portugal”, disse o ministro das Infraestruturas que não hesitou em comparar o impacto da futura linha ferroviária de alta velocidade a uma verdadeira revolução.
“É uma mudança da mesma dimensão daquela que aconteceu há 120 anos quendo se construiu a primeira linha de caminho de ferro entre Porto e Lisboa. É uma revolução nas nossas vidas”, destacou.
IP espera passar
de 6 para 16 milhões de passageiros
Prevista para 2030, a linha ferroviária de alta velocidade entre Porto e Lisboa vai permitir, segundo Carlos Fernandes da Infraestruturas de Portugal (IP), “triplicar a oferta” de serviços, bem como, como a procura.
“No futuro teremos 77 serviços por dia o que compara bem com os atuais 25 serviços. Esperamos, também, triplicar a procura. Temos atualmente cerca de 6 milhões de passageiros entre Lisboa e Porto. Esperamos crescer no conjunto da alta velocidade para os 16 milhões”, referiu.
A nova linha de alta velocidade, orçada em mais de 4 mil milhões de euros, prevê a construção de uma nova travessia sobre o Douro.
Uma obra que poderá vir a integrar a travessia rodoviária prevista entre o Porto e Vila Nova de Gaia no âmbito da construção da ponte D. António Francisco dos Santos.
“A viabilidade técnica da fusão destas duas pontes está perfeitamente demonstrada”, adiantou o responsável que apontou a decisão dos autarcas de Gaia e Porto e do Ministro Pedro Nuno Santos sobre da fusão das duas travessias “para as próximas semanas”.
A nova linha de alta velocidade Porto-Lisboa, que pretende ligar as duas principais cidades do país em apenas uma hora e 15 minutos no serviço direto, não terá paragens e será construída em três fases.