O Benfica pode estar a dar gás ao FC Porto. Quem acredita é Eurico Gomes, antigo jogador das duas equipas, que explica que o momento de forma das águias pode ser perigoso nas contas do título.
"Pode ser perigoso, sim. Se o Benfica não reagir a este momento, poderá acontecer uma situação perigosa para quem veio a liderar com brilho. Quase toda a gente, de forma unânime, dizia que o Benfica era quase imbatível e afinal de contas não é. E o Porto, nas equipas do Sérgio Conceição, tem uma força enormíssima", diz, a Bola Branca.
Eurico Gomes jogou no Benfica entre 1973 e 1979. Passou ainda pelo Sporting antes de se juntar ao FC Porto, em 1982, onde realizou mais cinco temporadas.
Hoje treinador, Eurico Gomes acredita que o Benfica "menosprezou o Inter de Milão".
"Eles trabalharam de acordo com o que o Porto tinha feito com o Benfica. Os treinadores não podem só dedicar-se às suas equipas, têm de ver os outros. O Inter esteve a observar, in loco, ao que se passou no jogo do Benfica-Porto e fez o mesmo", afirma.
Schmidt é "muito observador e pouco comunicador"
Eurico Gomes, que já passou pelo banco do Cova da Piedade, Maia, Tirsense, Paços, Académica, Nacional, Varzim e União de Leiria, para além de ter sido adjunto do Benfica, em 1999/00, não aprecia o estilo de comunicação de Roger Schmidt.
"Há culpados e responsáveis. O Roger Schmidt é um treinador que admiro e respeito pela educação e filosofia de trabalho, mas é muito observador e pouco comunicador nos jogos. Não é o meu estilo e, por isso, critico não ser mais interventivo e retificar o que é retificável", atira.
O antigo jogador das águias lamenta que Roger Schmidt não tenha lançado mais um avançado na segunda parte.
"Foi surreal não terem percebido que o Gonçalo Ramos, sozinho, não tem a maturidade de outros grandes avançados. Não meter um ponta de lança para o lado do Gonçalo acho que é algo que tem de ser bem meditado", termina.