Os sindicatos representativos dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa decidiram realizar novos plenários na primeira semana de novembro, para definir novas formas de luta, a concretizar no curto prazo.
Os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa realizaram na terça-feira uma greve de 24 horas por melhores condições de trabalho e aumentos salariais, com a particularidade de terem sido decretados serviços mínimos de 25% da circulação pelo Tribunal Arbitral do CES.
Em comunicado, a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS) indica que se reuniu após a greve, para fazer “o balanço da luta”, tendo decidido “continuá-la em novos moldes”, que irá ainda discutir os trabalhadores.
Foi, assim, decidida a marcação de novos plenários a realizar na primeira semana de novembro, bem como a promoção de "um amplo debate sobre as formas de luta a levar à prática num curto espaço de tempo”.
Na mesma informação, as organizações sindicais saudaram os trabalhadores que “foram obrigados a cumprir os serviços mínimos decretados pelo CES [Conselho Económico e Social], bem como todos aqueles que cumpriram o seu período de greve, tal como decidido em plenário”.
Os sindicatos agradecem também aos utentes “por não terem utilizado o Metropolitano de Lisboa, conscientes de que não estariam garantidas as normas de segurança, tal como os órgãos representativos dos trabalhadores informaram”.
As organizações sindicais agradecem também à empresa por “ter negociado transportes alternativos, diminuindo substancialmente o fluxo de passageiros, minimizando assim os riscos de quedas, atropelamento pelo material circulante, eletrocussão”.
Os sindicatos salientam que os recibos [de vencimento] que estão a ser distribuídos “apresentam um aumento, por ato de gestão, que é manifestamente insuficiente para todos”, não deixando de lamentar que o Conselho de Administração “não tenha assumido esta matéria em tempo útil".
De acordo com a FECTRANS, existem várias matérias que os trabalhadores pretendem ainda discutir com a empresa, nomeadamente, “a vigência do Acordo de Empresa (AE), um aumento intercalar face ao aumento da inflação”, além da “retirada imediata dos processos disciplinares com intenção de despedimento, completamente injustos e ilegais, a dois trabalhadores na greve de junho”.
Os sindicatos apontam também como matéria a analisar “o pagamento imediato das variáveis (com caráter regular) nas férias e subsídio de férias” e “o direito à reforma das longas carreiras contributivas de acordo com o parecer emitido por um gabinete governamental”.
“Na luta para defesa dos interesses e direitos dos trabalhadores, muitas vezes é necessário repensar, reagrupar e prosseguir com a convicção de que a vitória é sempre difícil, mas será nossa”, refere a nota, lembrando que os sindicatos “não se demitirão das suas responsabilidades de direção da luta".
O Metropolitano de Lisboa transportou na terça-feira, dia da greve, cerca de 60% dos passageiros que diariamente transporta, anunciou a empresa.
Em comunicado, o Metropolitano de Lisboa avançou que, “pela primeira vez, garantiu os referidos serviços operacionais, tendo transportado cerca de 60% dos clientes que diariamente transporta (…), garantindo os padrões de mobilidade e segurança”.
Nos últimos anos, sempre que o Tribunal Arbitral decretou serviços mínimos em dia de greve do metro, as estruturas sindicais suspenderam a paralisação por entenderem que não estão reunidas as condições de segurança para passageiros e trabalhadores.
A empresa referiu, na mesma nota, que o dia de terça-feira foi “especialmente complexo, no qual se incluiu a realização do jogo de futebol Benfica/Juventus, com o inerente acréscimo de procura em toda a rede do Metropolitano de Lisboa”.