O primeiro-ministro considerou hoje que em Portugal não se passa da picardia política, que é normal em democracia, e defendeu que o país se caracteriza por ter consensos alargados e órgãos de soberania que funcionam com regularidade.
Esta imagem foi transmitida por António Costa aos jornalistas, em Santiago do Chile, depois de questionado se Portugal pode caminhar para uma radicalização política, a exemplo do que acontece em vários países da América do Sul.
"Em Portugal, não sinto que haja qualquer radicalismo e o país caracteriza-se por ser dos mais estáveis e com consensos políticos mais alargados", sustentou o líder do executivo português no final de um almoço com empresários nacionais que investem no Chile.
Neste ponto, António Costa fez questão de distinguir que "uma coisa é haver um momento ou outro de maior picardia política".
"Mas não passamos da picardia política, o que é muito saudável. Penso que, neste momento, na Europa, só deve haver dois países com maiorias absolutas, e no resto há uma enorme fragmentação política", apontou.
Segundo o primeiro-ministro, em Portugal, mesmo sem maiorias absolutas, pelo menos desde 2011 que se vive praticamente em situações de "grande estabilidade".
"No ano passado houve uma dissolução do parlamento, mas à qual os portugueses, com o seu insuperável bom senso, também rapidamente resolveram", disse.
Interrogado se considera então que as picardias políticas são normais, António Costa defendeu que elas "fazem parte da democracia".
"A democracia significa uma forma de organizar o pluralismo. Os órgãos de soberania, felizmente, funcionam com uma enorme regularidade e normalidade em Portugal, o que é muito saudável", advogou.