O Governo garantiu esta terça-feira que a TAP “não teve qualquer acréscimo de custos salariais” com os administradores, adiantando que os encargos com o Conselho de Administração caíram 33% “em termos brutos” desde março.
Em comunicado, o ministério das Infraestruturas e Habitação, respondendo às “notícias dos últimos dias relativamente aos aumentos salariais efetuados na TAP, nomeadamente do seu CEO [presidente executivo] interino, Ramiro Sequeira” assegurou que a “TAP não teve qualquer acréscimo de custos salariais com as funções desempenhadas pelos três administradores, bem pelo contrário”.
Na mesma nota, a tutela salientou que comparando “o mês de março com o mês de dezembro do atual ano, os encargos com o Conselho de Administração da TAP, na sua atual configuração, reduziram-se em 33% em valores brutos”.
No comunicado, o Governo diz ainda que “os valores que têm sido noticiados não são aqueles que efetivamente têm sido pagos aos três administradores, uma vez que se tratam de valores brutos, sobre os quais têm sido aplicados reduções que atingiram os 35% durante o 'lay-off' (uma percentagem de corte superior à que foi aplicada aos trabalhadores) que se mantêm neste momento nos 5%, quando a TAP já não está a aplicar cortes nos vencimentos dos trabalhadores”.
De acordo com o ministério, “no futuro, quando o plano de restruturação estiver a ser aplicado, foi também já decidido que, enquanto o corte salarial dos trabalhadores atingirá um máximo de 25% (e apenas nos salários mais elevados), no caso dos administradores ele será de 30%”, lê-se na mesma nota.
A tutela recordou ainda que Ramiro Sequeira era até setembro passado 'chief operating officer' (COO) e passou a presidente executivo interino (CEO), ficando numa “função com um evidente acréscimo de responsabilidades, e que implicou um aumento salarial”.
“Ainda assim, importa referir que Ramiro Sequeira aceitou um salário bastante inferior ao salário de referência do seu antecessor nas mesmas funções, Antonoaldo Neves”, garantiu o Governo, concluindo que o CEO da TAP “não teve qualquer aumento de remuneração, pelo contrário, verificou-se uma diminuição”.
Por sua vez, Alexandra Vieira Reis “passou de ‘chief procurement officer’ (CPO) da TAP, um cargo diretivo, para administradora executiva e, com isso, foi feita a atualização salarial correspondente à mudança de funções”, lê-se na mesma nota, que dá ainda conta que estes dois administradores “estão a acumular as novas funções com as funções antigas e que o aumento salarial que tem sido noticiado contabiliza as duas funções que, transitoriamente, ocupam em simultâneo”.
Também Miguel Frasquilho, ‘chairman’ da TAP SGPS, “acumulou com as funções que já exercia, desde outubro as funções que anteriormente eram desempenhadas por Humberto Pedrosa, como Presidente do Conselho de Administração da TAP S.A. e da Portugália, pelo que a remuneração foi automaticamente ajustada às funções desempenhadas, sem que tenha existido qualquer aumento de massa salarial paga para as funções acumuladas”, detalhou o Governo.
Ainda assim, como já foi hoje noticiado, Miguel Frasquilho “comunicou a intenção de renunciar qualquer diferencial que resulte de acumulação das funções com efeitos à data de 28 de outubro”, lembrou a tutela.
O jornal Eco avançou na segunda-feira que três membros da administração da TAP viram os salários aumentados, com o aval do Governo, incluindo o presidente executivo e o presidente do Conselho de Administração.