Foi suspenso o Conselho Europeu que decorre em Bruxelas para escolher o próximo presidente da Comissão Europeia e o alto representante da União para a política externa.
Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia voltam a reunir-se na terça-feira pelas 10h00. O anúncio foi feito por Preben Aamann, porta-voz do Conselho Europeu, Donald Tusk.
“O presidente Tusk suspendeu a reunião e esta será retomada às 11h00” (locais) de terça-feira, anunciou na sua conta no Twitter.
O Conselho Europeu está reunido em Bruxelas desde o final da tarde de domingo para acordar as nomeações para os cargos institucionais de topo. Estiveram reunidos a 28, mas também em encontros bilaterais e com várias rondas de consultas, até às 11h20 desta segunda-feira, altura em que o presidente do Conselho Europeu suspendeu os trabalhos, face à impossibilidade de se chegar a um compromisso.
Depois de já ter falhado um acordo na cimeira extraordinária de 20 de junho, o Conselho Europeu voltou a não entender-se em torno das soluções propostas, com vários líderes do Partido Popular Europeu (PPE) a oporem-se à solução negociada em Osaka, entre a chanceler alemã Angela Merkel (PPE), o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez (Socialistas), e o Presidente francês, Emmanuel Macron (Liberais), que previa a designação do socialista holandês Frans Timmermans para a presidência da Comissão Europeia.
Fontes europeias indicaram que as últimas propostas sobre a mesa previam invariavelmente Timmermans como presidente do executivo comunitário, mas não houve entendimento sobre a distribuição dos restantes postos, incluindo os nomes da búlgara Kristalina Georgieva (PPE) para a presidência do Conselho Europeu, do alemão Manfred Weber (PPE) para a presidência do Parlamento Europeu e do belga Charles Michel (Liberal) para Alto Representante da UE para a Política Externa.
Este novo adiamento acontece em cima do prazo limite para tentar encontrar um compromisso, uma vez que na terça-feira tem início, em Estrasburgo (França), a sessão inaugural da nova legislatura do Parlamento Europeu (PE), na qual será eleito o presidente da assembleia, um dos lugares de topo negociados “em pacote”.
Com o aproximar da sessão constitutiva do PE resta pouco tempo aos líderes da UE para chegar a um entendimento que evite uma crise institucional na UE, e que, em último caso, forçaria a atual “Comissão Juncker” a estender o seu mandato, que termina em 31 de outubro próximo.
O Parlamento Europeu já tinha decidido adiar por 24 horas a eleição do seu novo presidente, que estava agendada para terça-feira, primeiro dia da sessão, e passa para quarta-feira, esperando que até lá o Conselho chegue a um compromisso.