“A produtividade por unidade de trabalho pode trazer a solução para Portugal”
15-11-2021 - 10:46
 • Olímpia Mairos

O professor catedrático, especialista em gestão e finanças, é a partir desta segunda-feira comentador d’As Três da Manhã. No seu primeiro comentário, analisa a entrevista de Paulo Rangel à Renascença.

O comentador concorda com o candidato a líder do PSD, Paulo Rangel, que em entrevista à Renascença defendeu que é necessário um aumento sustentado do salário mínimo nacional.

João Duque começa por explicar que “temos tentado melhor o salário mínimo nacional, mas o ganho médio tem sido profundamente preterido em função do salário mínimo nacional”, realçando que “os salários sobem em Portugal, mas à custa do salário mínimo e cada vez mais pessoas têm sido absorvidas dentro do salário mínimo nacional”.

“Se compararmos aquilo que era a economia portuguesa em 2009 com 2019 vemos, por exemplo, a percentagem de pessoas que ganhavam o salário mínimo em 2009 era de 8,7 e em 2019 era de 22,1”, afirma o comentador, reforçando que “à medida que sobe o salário mínimo nacional as pessoas vão sendo absorvidas pelo salário mínimo nacional, o salário médio não sobe, subiu muito pouco. O salário mínimo subiu nestes 10 anos 3,2% e o salário médio subiu 1,7%.”

No entender de João Duque urge “uma melhor gestão”, ou seja, é necessário “olhar para a produtividade, fazermos o investimento certo e nem que sejam pequenos movimentos fazer ao menos produtividade”.

“As empresas têm essa obrigação de aumentar a produtividade porque a produtividade por unidade de trabalho pode trazer a salvação de Portugal”, entende o comentador, recordando que Portugal tem “um problema seríssimo de sustentabilidade daquilo que é a população mais idosa nos próximos 20 anos e temos que pensar seriamente e começar já”.

“Investimento bem feito com valor acrescentado por unidade de posto de trabalho é fundamental.”

Já sobre não ser o atual executivo a assinar o acordo de parceria Portugal 2030, o novo quadro financeiro plurianual da união europeia de 23 mil milhões de euros fundos estruturais, mas sim o próximo Governo, como defendeu na entrevista Paulo Rangel, o comentador entende que “nesta questão da economia e do desenvolvimento dos países três meses não é absolutamente nada”.

“Fazer um compromisso alargado, assente numa decisão que é uma decisão coletiva que é expressa através de votos, acho que faz todo o sentido”, conclui.