Venezuela. PCP condena seguidismo de Governo com Trump e Bolsonaro
28-01-2019 - 14:48
 • Renascença

Jerónimo de Sousa considera que o Governo não está a escolher o melhor caminho para defender os interesses da comunidade portuguesa na Venezuela.

Veja também:


O secretário-geral comunista condenou esta segunda-feira o "seguidismo" do Governo português em relação à crise política na Venezuela, lamentando que esteja ao lado dos Presidentes norte-americano e brasileiro.

"O Governo português deveria, à luz do interesse nacional, respeitar a soberania, cuidar dos interesses da nossa comunidade na Venezuela, num quadro de não acompanhamento daquilo que são as provocações, a ingerência irracional", disse Jerónimo de Sousa, à margem de uma reunião do PCP com "Os Verdes" na sede ecologista, em Lisboa.

"Aliás, fico surpreendido como é que havia cá tanto democrata que criticava o Trump, que era mais ou menos considerado um maluco, e o Bolsonaro, que era um extremista de direita. E, de repente, tanta gente a seguir aquilo que são as orientações por parte, particularmente, de Trump", afirmou.

Para o líder comunista, a melhor forma de defender o interesse da comunidade portuguesa na Venezuela é “respeitar as decisões soberanas do povo venezuelano e não tomar partido ao lado daqueles que, claramente por imposição, não querem uma solução onde a soberania seja exercida".

“Estou sempre de acordo com o que povo decidir”

"Criticamos o seguidismo que o Governo português tem tido. Estou sempre de acordo com aquilo que o povo determinar e decidir. Estão no seu direito. O primeiro princípio que o Governo português devia respeitar era, no essencial, procurar, por via diplomática e da intervenção, deixar que o povo decida, mas cuidando sempre dos direitos e estabilidade dessa nossa comunidade de milhares de portugueses na Venezuela", disse.

A Venezuela enfrenta uma crise política que já levou vários países europeus, incluindo Portugal, a lançarem um ultimato ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, para convocar eleições no prazo de uma semana.

Caso Maduro não o faça, Portugal, Espanha, Alemanha, França e Reino Unido vão reconhecer Juan Guaidó, presidente do parlamento venezuelano, como chefe de Estado interino, com poder para conduzir o processo eleitoral.

Entretanto, o autoproclamado presidente interino da Venezuela convocou para sábado uma grande manifestação nacional e internacional de apoio à União Europeia e ao ultimato dado ao Presidente Nicolás Maduro para convocar eleições livres no país.