O ministro da Economia apelou, nesta quarta-feira, a uma maior autonomia das empresas europeias face a outros mercados. Na abertura de uma conferência do IAPMEI sobre competitividade, Siza Vieira aconselhou ao mapeamento das fragilidades de produção para que as empresas na Europa não fiquem dependentes de outros mercados.
“É preciso assegurarmos que os nossos produtores de bens e os nossos cidadãos têm, a todo o momento, acesso a estes bens, a estas matérias-primas, a estas componentes críticas para o funcionamento das nossas sociedades e das nossas economias”, afirmou.
“É preciso também, por isso, fazer o mapeamento daquelas que são as nossas fragilidades e trabalhar articuladamente para podermos assegurar que somos mais autónomos, mais resilientes, que a nossa forma de viver e de trabalhar não fica afetada por coisas fora do nosso controlo”, defendeu.
Siza Vieira deu exemplos recentes de como a Europa ficou bloqueada, quer na produção quer na distribuição de produtos dos quais se mantém dependente do exterior.
“Tivemos, há cerca de um ano, o exemplo dramático da falta de equipamentos de proteção individual ou de medicamentos para tratar dos doentes perante uma pandemia muito forte. Quando aquelas regiões onde vamos abastecer-nos deste tipo de produtos ou de bens críticos estiveram encerradas por qualquer motivo, a Europa viu-se privada de coisas de que tanto necessitava”, recordou.
“Mas coisas mais comezinhas, como um navio que fica encalhado no Canal do Suez ou uma indisponibilidade temporária de contentores para poder transportar bens de outras regiões do mundo, bens tão críticos para o funcionamento da nossa indústria como semicondutores ilustram bem como é frágil toda esta rede global em que se apoia a economia europeia”, concluiu.
O ministro da Economia defendeu ainda o investimento de recursos públicos numa economia mais adaptada às atuais alterações climáticas e ao digital.