Portugal regista entre 60 mil a 70 mil novos casos de diabetes todos os anos - a maioria do tipo II - e cerca de 8% da população está registada como tendo a doença, afirmou esta sexta-feira a diretora do Programa Nacional para a Diabetes.
De acordo com Sónia Duval, Portugal apresenta uma prevalência desta doença acima da média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), contribuindo para essa realidade fenómenos como o sedentarismo, alguns hábitos alimentares e o excesso de peso da população.
Na apresentação dos dados estatísticos que irão constar do Relatório do Programa Nacional para a Diabetes, que será divulgado até final do ano, a diretora indicou que a prevalência da diabetes em Portugal é de 9,9% contra 6,4% de média da OCDE.
O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, acrescentou que a percentagem de mortes por diabetes em Portugal tem vindo a descer, mas a admissão hospitalar devido a esta doença tem aumentado.
Como realçado na apresentação, o verdadeiro problema das diabetes está nas complicações e consequências desta doença que pode provocar a cegueira, doenças renais, enfartes, acidentes vasculares cerebrais (AVC) e amputações de membros.
Os dois responsáveis alertaram para a importância das ações e campanhas de educação e saúde, tendo Sónia Duval referido que a informação e a literacia sobre o assunto devem começar nas escolas ou até na gravidez, junto da mãe e da família da futura criança.
Relativamente aos hábitos alimentares dos portugueses, a diretora salientou que é positivo que haja o hábito de comer fruta, mas apontou para o défice no consumo de vegetais, associado a outros erros alimentares que conduzem à obesidade e ao excesso de peso da população em geral.
Quanto à doença propriamente dita, a diretora do Programa Nacional da Diabetes notou que 90% dos casos em Portugal são de diabetes tipo II, ou seja, aquela que atinge sobretudo uma faixa etária acima dos 40 anos de idade.
O relatório do Programa Nacional para a Diabetes - segundo Sónia Duval - está muito perto de estar concluído, sendo os custos da diabetes em Portugal, nomeadamente do internamento, um dos pontos que falta terminar.