O Papa Francisco alertou este sábado de manhã para a urgência de encontrar a “melhor forma” para responder-se ao “sofrimento e necessidades” dos mais pobres e excluídos na audiência aos responsáveis económicos mundiais que participam numa iniciativa da Revista “Time”.
“O nosso grande desafio é responder aos níveis globais de injustiça, promovendo um sentido local e mesmo pessoal de responsabilidade para que ninguém seja excluído da participação na sociedade”, referiu Francisco, na Sala Clementina, no Vaticano.
Na audiência desta manhã, o Papa disse que a “renovação, purificação e fortalecimento” de modelos económicos sólidos depende da “conversão pessoal e generosidade” de cada um às pessoas mais necessitadas.
Aos cerca de cerca de 400 participantes no encontro promovido pela revista “Time”, desde ontem em Roma, destacou que o tema “O Desafio do Século XXI: Criar um novo Pacto Social”, “é muito oportuno” e aponta para a necessidade urgente de modelos económicos “mais inclusivos e equitativos”.
Para Francisco o evento permitiu uma “troca substancial de ideias e partilha de informação” e assinalou que agora não se exige um “novo pacto social abstracto” mas “ideias concretas e acções decisivas” que vão beneficiar todas as pessoas e “responder às questões urgentes” da sociedade actual.
“Quando ignoramos os gritos de tantos irmãos e irmãs em todo o mundo, não lhes negamos apenas os seus direitos e valores dados por Deus, mas também rejeitamos sua sabedoria e impedimos de oferecer talentos, tradições e cultura”, desenvolveu no discurso, publicado pela Sala de Imprensa do Vaticano.
Num mundo “marcado por grande agitação”, continuou o Papa, a “desigualdade” entre as nações “continua a aumentar” e muitas comunidades são afectadas directamente pela guerra e pela pobreza ou pela migração e fluxo que daí deriva.
Francisco destacou a membros da lista das 100 pessoas mais influentes do mundo que as pessoas querem que as suas vozes sejam ouvidas e “expressar preocupações e medos”, ou seja, dar uma “legítima contribuição às comunidades locais e à sociedade em geral”, bem como “beneficiar dos recursos e do desenvolvimento” que “muitas vezes” é reservado.
A presença dos participantes do fórum “é um sinal de tal esperança” porque mostra que reconhecem as questões que se enfrenta hoje e “o imperativo de agir decisivamente”.
“Esta estratégia de renovação e de esperança exige conversão institucional e pessoal. A renovação fundamental não tem a ver apenas com a economia de mercado, os números a equilibrar, o desenvolvimento de matérias-primas e as melhorias feitas às infra-estruturas”, desenvolveu ainda o pontífice argentino na Sala Clementina, no Vaticano.
O Papa concluiu a audiência aos participantes no fórum da Revista “Time” a continuarem o trabalho que começaram em Roma e a procurar formas, “cada vez, mais criativas de transformar” as instituições e estruturas económicas para responderem “às necessidades do nosso tempo e estar ao serviço da pessoa humana”.
No encontro mundial “O Desafio do Século XXI: Forjar um Novo Pacto Social”, dedicado à economia global e desenvolvimento, foram partilhados temas desde a eliminação da pobreza à criação de emprego, a crise de refugiados e a procura de prosperidade para todas as nações.
No programa que passou pelo Vaticano estiveram diretores-gerais das 500 empresas mais bem-sucedidas do momento e vários líderes económicos, académicos e religiosos.