Aumentou de 19 para 24 o número de pedidos de reparação financeira pedidos por alegadas vítimas de abusos sexuais por parte de elementos da Igreja Católica portuguesa.
O número foi atualizado este domingo pelo Grupo Vita, num comunicado enviado à Renascença.
“Vinte e quatro pessoas solicitaram até ao momento uma reparação financeira, processos que serão, posteriormente, avaliados de acordo com os critérios a definir pela Conferência Episcopal Portuguesa, em articulação com o Grupo VITA e com as Comissões Diocesanas de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis", refere o grupo coordenado pela psicóloga Rute Agulhas.
O Grupo VITA sublinha que "defende uma avaliação caso a caso, tendo em conta aquilo que décadas de investigação científica têm demonstrado relativamente ao facto de o dano psíquico em situações traumáticas ser influenciado por diversas variáveis".
Em 11 meses de funcionamento, o Grupo VITA foi já contactado por 89 pessoas "que reportaram situações sexualmente abusivas no contexto da Igreja Católica em Portugal. A maior parte das pessoas está a ser encaminhada para um processo de acompanhamento psicológico e/ou psiquiátrico regular".
Por outro lado, o roteiro de formação pelas Dioceses portuguesas vai começar já na próxima semana.
"Este Roteiro inicia-se no dia 16 de abril, em Évora, com formação presencial a padres e diáconos. Seguem-se depois outras quatro manhãs de sábado, destinadas à formação dos agentes pastorais e de elementos que integram as diversas IPSS da arquidiocese de Évora", explica o Grupo Vita.
O Grupo VITA pode ser contactado através da linha de atendimento telefónico (91 509 0000) ou do formulário para sinalizações, já disponível no site www.grupovita.pt. Pode ainda acompanhar todas as iniciativas e trabalho desenvolvido pelo Grupo VITA no facebook/grupovita e instagram/@grupovita2023.
Os bispos portugueses deram luz verde, na quinta-feira, à “atribuição de compensações financeiras, com caráter supletivo, a vítimas de abusos sexuais contra crianças e adultos vulneráveis no contexto da Igreja Católica em Portugal”.
A decisão foi aprovada “de forma unânime” na Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa, anunciou o porta-voz da CEP, padre Manuel Barbosa, no final do encontro realizado em Fátima.
O Ministério Público arquivou, até ao momento, 39 dos inquéritos relativos a denúncias de alegados casos de abuso sexual de crianças em estruturas ligadas à Igreja Católica portuguesa, adiantou a 9 de abril a Procuradoria-Geral da República à Renascença. Em investigação encontram-se apenas nove inquéritos.