A Arquidiocese de Évora anunciou esta sexta-feira o regresso ao “exercício normal de todas as tarefas pastorais” do padre Heliodoro Maurício Nuno, pároco de Nossa Senhora da Oliveira, em Samora Correia.
O sacerdote tinha sido preventivamente afastado das suas tarefas para permitir todas as averiguações, “com as quais colaborou sempre com a máxima disponibilidade”, depois de ter sido acusado de esconder alegados abusos sexuais a dois menores cometidos por um "colaborador leigo".
Em comunicado enviado esta sexta-feira à Renascença, a Arquidiocese de Évora anuncia a conclusão do processo judicial.
O Tribunal Judicial de Santarém decidiu levar a julgamento o colaborador da paróquia que se mantém “cautelarmente proibido de contactos por qualquer meio com menores de 16 anos e sujeito à medida de coação de obrigação de permanência na habitação com recurso a vigilância eletrónica”.
Em interrogatório durante o inquérito judicial, o colaborador confessou “ter praticado os atos de que é acusado”.
Na mesma decisão judicial, o Tribunal decidiu também “não pronunciar”, e, portanto, não levar a julgamento, o pároco por não haver indícios de “nenhuma vontade de encobrimento ou de menosprezar os factos e as situações. O que foi subestimado foi o risco futuro de tal voltar a acontecer”.
A Arquidiocese de Évora reportou a situação ao Dicastério para a Doutrina da Fé, que, por comunicação, declarou que “não se encontram elementos que configurem um delito canónico” por parte do sacerdote, que “não agiu de modo doloso”; quando muito “pode ter sido imprudente por não ter agido de modo mais incisivo”.
Assim, em consonância com ambas decisões, civil e canónica, “o pároco padre Heliodoro Maurício Nuno retoma o exercício normal de todas as tarefas pastorais”, revela a diocese.
Na mesma nota, a Igreja eborense volta a pedir “com máxima dor, desculpa às vítimas, às suas famílias, às comunidades, e a Deus, por não termos evitado que estes abusos tivessem acontecido”, garantindo que se mantém em contacto com as famílias envolvidas para dar todo o apoio que seja necessário, e que o “suspeito está definitivamente afastado de qualquer tarefa paroquial”.
“Este caso consolida o nosso desejo de querer aprender a agir melhor” e a Arquidiocese de Évora e a sua Comissão Arquidiocesana de Proteção e Segurança de Menores “continuarão a trabalhar na prevenção e cuidado dos menores e das pessoas vulneráveis nas suas comunidades, instituições e associações”, pode ainda ler-se.