O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, condena a ofensiva à Síria, defendendo que Portugal se "demarque" dos ataques e que não acompanhe a "escalada belicista", apostando numa política de "desarmamento, cooperação e paz".
"Repudiando a posição seguidista do Governo português em relação à agressão à Síria, o PCP considera que é obrigação do Estado português, do Governo e demais órgãos de soberania, dando cumprimento ao espírito e letra da Constituição da República Portuguesa, não só não acompanhar a demencial escalada belicista como demarcar-se claramente dela e defender uma política de desarmamento, cooperação e paz", sublinhou Jerónimo de Sousa durante a X Assembleia da Organização Regional de Leiria do PCP.
Defendendo uma ação urgente para que "cesse o derramamento de sangue", o líder do PCP lembrou que "os EUA, acompanhados pela Grã-Bretanha e pela França, com o apoio ou aval da NATO, da União Europeia e Israel, desencadearam uma operação de agressão militar contra a Síria".
"Condenando com a maior firmeza esta agressão, o PCP considera urgente agir para que cesse o derramamento de sangue imposto pela brutal agressão imperialista contra este país soberano e para impedir ulteriores desenvolvimentos bélicos de ainda maiores e mais trágicas consequências", salientou.
Para o líder do PCP, esta ação é "um novo e gravíssimo passo na escalada de confrontação e de guerra dirigida pelo imperialismo norte-americano, que na Síria e no Médio Oriente atingiu proporções extraordinariamente perigosas".
Jerónimo de Sousa entende que "a gravidade do que está em causa para o mundo não consente hesitações na posição a tomar perante a agressão militar à Síria e os perigos que ameaçam a paz e a segurança internacional".
Falando aos militantes, o secretário-geral sublinhou que o "PCP condena firmemente a corrida aos armamentos, a militarização das relações internacionais e as campanhas de desinformação, mentira e manipulação orquestradas pelos grandes meios de comunicação social para dar cobertura às operações de agressão das grandes potências imperialistas".
Jerónimo de Sousa evocou que "faz agora 15 anos, em que usando a mentira dos depósitos das armas de destruição, se invadiu o Iraque, fazendo centenas de milhares de mortos, porque o que queriam não era a democracia no Iraque", mas "o seu petróleo e os seus recursos naturais". "Mas repetem a história repetindo a mentira", afirmou.
O PCP "está com o povo sírio e a sua luta em defesa da soberania e integridade territorial da sua pátria", assegurou o secretário-geral, assumindo que "está com os trabalhadores e os povos que por todo o mundo são vítimas da imposição de governos títeres e da pilhagem das multinacionais que acompanha as brutais ingerências nos seus assuntos internos".
Os EUA, a França e o Reino Unido realizaram hoje uma série de ataques com mísseis contra alvos associados à produção de armamento químico na Síria, em resposta a um alegado ataque com armas químicas na cidade de Douma, Ghuta Oriental, por parte do Governo de Bashar al-Assad.
A ofensiva consistiu em três ataques, com uma centena de mísseis, contra instalações utilizadas para produzir e armazenar armas químicas, informou o Pentágono.