A Faixa de Gaza continua, às primeiras horas desta quarta-feira, a ser bombardeada por aviões de combate israelitas, arrasando edifícios residenciais e matando pelo menos quatro palestinianos, incluindo um jornalista.
De acordo com a Al Jazeera, os últimos ataques decorreram em resposta ao lançamento de centenas de mísseis por parte de grupos palestinianos em direção a cidades do Sul de Israel, como Ashdod, Beersheba e Ashkelon. Não houve relatos imediatos de feridos.
Os militares israelitas disseram que cerca de 50 rockets foram disparados durante a noite a partir de Gaza, com sirenes a soar na cidade costeira de Ashdod, a sul de Tel Aviv, e em comunidades mais próximas da fronteira de Gaza.
Durante os protestos de terça-feira e a histórica greve geral realizada no enclave da Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, as forças israelitas mataram a tiro quatro palestinianos, fazendo ainda aumentar o total de feridos.
A greve foi convocada para demonstrar apoio aos palestinianos que estão sob bombardeamento israelita em Gaza.
Pelo menos 220 palestinianos, incluindo 63 crianças, foram mortos em Gaza desde o início da violência, a 10 de maio. Há cerca de 1.500 feridos. Do lado israelita, há 12 óbitos, incluindo duas crianças, e pelo menos 300 feridos.
Num ataque de 25 minutos durante a noite, 52 aviões israelitas atingiram os túneis do Hamas no sul da Faixa de Gaza, disseram os militares israelitas. 40 alvos foram atingidos na operação.
Cerca de 450 edifícios na Faixa de Gaza ficaram destruídos ou seriamente danificados, incluindo seis hospitais e nove centros de saúde primários, desde o início do conflito, disse a agência humanitária das Nações Unidas.
Cerca de 48 mil dos 52 mil deslocados procuraram abrigo em 58 escolas geridas pelas Nações Unidas.
Dois trabalhadores tailandeses foram mortos e sete pessoas ficaram feridas num ataque a uma quinta israelita, na terça-feira, mesmo por cima da fronteira de Gaza, avança a agência Reuters. O Hamas, que governa a Faixa de Gaza, e a Jihad Islâmica reivindicaram a investida.
Apesar da escalada da violência - agora no seu décimo dia - os esforços diplomáticos para um cessar-fogo entre os governantes de Israel e do Hamas de Gaza não conseguiram fazer grandes progressos.
Rumores de cessar-fogo desmentidos
Tanto o Hamas como Israel negam qualquer acordo de cessar-fogo. A informação tinha sido avançada por órgãos de comunicação social israelitas e palestinianos, que citavam fontes do governo do Egipto - que chegou a acrescentar que as tréguas entravam em vigor a partir de quinta-feira.
Um porta-voz do Hamas veio já garantir que não houve qualquer acordo de cessar-fogo, nem datas para a sua entrada em vigor, enfatizando, contudo, os esforços e contactos dos mediadores egípcios para alcançar essas tréguas.
Ao jornal hebraico Haaretz, uma fonte do governo de Israel admite que os ataques a Gaza devem estar perto do fim, porque, referiu essa fonte, estão "todos cansados" deste conflito.
Os Estados Unidos continuaram a bloquear o Conselho de Segurança da ONU de emitir uma declaração conjunta instando ao fim das hostilidades, dizendo aos diplomatas que uma declaração pública não ajudaria a acalmar as tensões.
"O nosso objetivo é chegar ao fim deste conflito”, dizia aos jornalistas a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, na terça-feira. “Vamos avaliar, dia após dia, qual é a abordagem correta. As nossas abordagens neste momento continuam a ser as discussões silenciosas, intensivas e táticas nos bastidores".
França, contudo, diz estar a trabalhar com os vizinhos de Israel, Egipto e Jordânia, numa nova resolução de cessar-fogo.
A China disse que "apoiava" a proposta francesa.
A Alemanha apelou a um cessar-fogo e ofereceu mais ajuda para ajudar os palestinianos antes das conversações de emergência da União Europeia.