A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, manifestou-se hoje contra "uma espécie de redução generalizada da TSU", sublinhando que os apoios devem ser apenas para as empresas que precisam.
Em Braga, à margem de um encontro com trabalhadores da Bosch Car Multimédia, Catarina Martins considerou errado que, em tempo de crise, se desproteja a Segurança Social, "premiando todas as empresas, quer precisem quer não precisem".
"Os apoios devem ser para quem precisa e não generalizados", defendeu.
O ministro de Estado e da Economia, Siza Vieira, em entrevista ao Diário de Notícias e à TSF divulgada no sábado à noite, revelou que a compensação prometida às empresas pelo aumento de 30 euros do salário mínimo nacional para 665 euros será lançada em março, referindo que esta medida envolve os ministérios das Finanças, do Trabalho e da Economia.
"O modelo que estamos a trabalhar - vai ser conhecido nas próximas semanas - é sobre o número de trabalhadores que estavam com o salário mínimo no ano passado, número de trabalhadores que estão agora em salário mínimo e, em função disso, pagamos X por posto de trabalho, que corresponderá mais ou menos a 80% do valor do acréscimo da TSU [Taxa Social Única]. E pagamos de uma única vez, que é também um benefício, um apoio significativo à tesouraria", considerou.
Hoje, Catarina Martins disse que ainda não percebeu "exatamente" em que se traduzirá esta medida, mas admitiu tratar-se de "uma espécie de redução generalizada" da TSU (Taxa Social Única) para as empresas.
"Preocupa-me muito a ideia de à crise se responder dando às empresas descontos generalizados na Segurança Social", referiu, questionando se, por exemplo, a Jerónimo Martins e a Sonae precisarão de descontos na TSU.
Para a líder do Bloco, "é muito mais útil utilizar a disponibilidade que o pais tem pagando salários nas empresas que neste momento estão sem atividade ou com a atividade muito condicionada do que desprotegendo a Segurança Social e premiando todas as empresas, quer precisem quer não precisem".
Por isso, manifestou "muita preocupação com o anúncio do ministro da Economia", ressalvando que é necessário aguardar pela clarificação da medida.