Magalhães e Silva, advogado de Luís Filipe Vieira, diz não estar "rigorosamente nada preocupado" com a detenção do presidente do Benfica, acusado de desviar dinheiro para benefício pessoal em prejuízo do clube.
O advogado falou pouco à chegada ao Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), no dia em que é esperado que Luís Filipe Vieira seja ouvido pelo juiz Carlos Alexandre.
O dirigente dos encarnados é suspeito de burla qualificada, fraude fiscal e branqueamento de capitais em negócios e financiamentos.
"Ainda não se sabe a ordem das diligências. Cada dia é um dia, pode demorar ou ser bastante rápido, depende da duração do interrogatório. Não estou rigorosamente nada preocupado com os indícios", disse.
No mesmo processo - denominado Cartão Vermelho" - também foram detidos Tiago Vieira, filho do presidente do Benfica, o agente de futebol Bruno Macedo e o empresário José António dos Santos, conhecido como “o rei dos frangos”.
Luís Filipe Vieira foi detido, na quarta-feira, após buscas, por suspeitas de crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento de capitais. Esta quinta-feira, o presidente do Benfica deverá ser presente a primeiro interrogatório judicial e conhecer as medidas de coação aplicadas. Caso estas impeçam Vieira de exercer funções, Rui Costa suprirá a sua ausência como presidente do Benfica.
A deteção de Luís Filipe Vieira causou grande burburinho dentro e fora do Benfica. O valor das ações da SAD caiu em cerca de 5,5%.
Em declarações a Bola Branca, João Braz Frade, porta-voz do movimento “Benfica Bem Maior” e antigo vice-presidente do Benfica, não tem dúvidas de que a situação “afeta gravemente a imagem” do clube.
João Noronha Lopes, candidato vencido nas últimas eleições, assumiu, em declarações à CMTV, estar "muito preocupado" com o Benfica.
O também antigo candidato Bruno Costa Carvalho foi mais longe, em entrevista à Renascença, e pediu eleições antecipadas, por considerar que Luís Filipe Vieira deixou de ter condições para liderar o Benfica.
As reações à detenção do presidente do Benfica estendem-se ao universo político. PS diz que é "tempo de a justiça atuar". O Chega pede rapidez, eficácia e transparência. O CDS-PP considera "saudável" que o trabalho dos deputados possa ser aproveitado pela justiça. PAN fala de "sinal positivo de que não há cidadãos intocáveis para a justiça