O secretário-geral do PS, António Costa, considera que a moção de censura ao Governo apresentada pelo CDS-PP foi um "nado morto", porque não terá maioria parlamentar para ser aprovada.
"Faz parte de uma certa disputa que existe hoje na nossa direita para ver quem se destaca mais, se o CDS-PP, se o PSD ou se os partidos emergentes como o Chega ou o Aliança", afirmou este sábado o líder socialista e primeiro-ministro aos jornalistas, à entrada de um hotel em Vila Nova de Gaia, no Porto.
Para António Costa, esta iniciativa do CDS-PP é uma questão "mais entre a direita" do que uma questão com o Governo.
A moção de censura ao Governo, anunciada na sexta-feira pela líder do CDS-PP, Assunção Cristas, vai ser discutida no Parlamento na quarta-feira, disse à Lusa fonte da direção da bancada centrista.
A marcação da data, que obrigou ao reagendamento dos trabalhos da próxima semana na Assembleia da República, foi acordada pelos grupos parlamentares.
A proposta do CDS-PP foi já entregue no parlamento e, segundo o regimento da Assembleia da República, o debate "inicia-se no terceiro dia parlamentar subsequente à apresentação da moção de censura", no caso, na quarta-feira.
Esta será a segunda moção de censura ao Governo minoritário do PS, chefiado por António Costa, ambas apresentadas pelo CDS-PP, e será a 30.ª em 45 anos de democracia, após o 25 de Abril de 1974.
Da parte do PSD, ainda não houve reação. O líder do partido deixou, este sábado, para mais tarde um comentário à moção apresentada ontem pelo CDS.