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As eleições legislativas deste domingo decorreram num "caldo de cultura próprio para o populismo", afirmou o primeiro-ministro demissionário, António Costa, em declarações aos jornalistas na sede de campanha do PS.
António Costa reconhece que o PS "teve uma descida muito significativa da sua votação" e "há indiscutivelmente uma subida fortíssima do Chega".
O ex-líder do PS afirma que agora é preciso refletir o que provocou o crescimento exponencial do partido de André Ventura nestas eleições legislativas.
"Acho que é fundamental todos analisarmos esse resultado eleitoral, tentar compreender o que na subida do Chega tem de estrutural, de mudança de fundo na sociedade, e o que possa resultar de umas eleições que aconteceram num quadro conjuntural atípico. Temos a noção de que estas eleições ocorreram depois de dois anos de crise inflacionista que o país não vivia há 30 anos, isso criou mal estar geral”, disse António Costa.
“Em segundo lugar: o facto destas eleições terem ocorrido numa situação de sobressalto de dúvidas judiciais por esclarecer, cria um caldo de cultura próprio para o populismo”, sublinhou o primeiro-ministro.
Sobre o que poderá fazer o líder do PS, Pedro Nuno Santos, no cenário pós-eleitoral, António Costa diz que "a direção do PS é que saberá o que deve fazer".
O primeiro-ministro não comenta a notícia do Expresso de sexta-feira, que citava fontes de Belém e que António Costa credita a Marcelo Rebelo de Sousa.
"Há quase oito anos que tentam que eu comente as palavras diretas ou indiretas ou os silêncios e passeio do Presidente da República. Nunca o fiz, não é ao fim de oito anos que vou quebrar uma regra que estabeleci, nem dito por fontes de Belém, que ele próprio já disse que é ele", diz.